Facções políticas do Rio de Janeiro
revolucionam sistema prisional
revolucionam sistema prisional
Iguarias encontradas no interior das celas do Primeiro Comando do PMDB |
A presença de líderes de facções políticas na cadeia deflagrou um
movimento com potencial para revolucionar o sistema prisional
brasileiro. Os sinais mais eloquentes são percebidos no Rio de Janeiro.
Cérebro do Primeiro Comando do PMDB, Sérgio Cabral dedica-se a um
projeto-piloto de introdução da cozinha gourmet no xadrez. Cabeça da
Facção Molequinha, Anthony Garotinho inaugurou, por assim dizer, um
núcleo teatral que pode ser o embrião de um programa de ressocialização
de presos viciados em cinismo.
O ministro do Supremo Gilmar Mendes foi premonitório ao revogar a
transferência de Cabral. Se o ex-governador tivesse migrado para o
presídio federal do Mato Grosso, como queria o juiz federal Marcelo
Bretas, o Ministério Público do Rio não teria flagrado na última
sexta-feira (24.nov.2017) a notável evolução no cardápio da cadeia
carioca de Benfica.
Cabral e seus comparsas do bando peemedebista evoluíram das velhas
quentinhas para novos pratos, ingredientes e iguarias que denunciam a
qualificação do paladar da população carcerária: camarão, bacalhau,
queijo de cabra, presunto de parma, castanhas, iogurtes … Pode-se
prever, para um futuro próximo, a introdução no presídio de uma boa
carta de vinhos.
Acomodado numa ala vazia de Benfica, Garotinho aproveitou a solidão para
esboçar um script fabuloso. Nele, um desconhecido invade sua cela de
madrugada, critica-o por falar demais, golpeia seu joelho com um
porrete, esmaga-lhe um par de dedos do pé, balbucia uma ameaça e
evapora. Não vai render o Oscar de melhor roteiro original, pois as
câmeras do circuito interno não captaram a ação. Mas, com pequenos
ajustes, a peça pode ser encenada por presos-atores de todo país.
Transferido para Bangu 8, o próprio Garotinho pode iniciar a difusão de
sua arte.
Considerando-se que a Lava Jato vem encarcerando também alguns
corruptores, pode-se imaginar que os empreiteiros terão interesse em
construir penitenciárias mais confortáveis. Olhando ao redor, eles podem
encontrar inspiração para desenvolver projetos de condomínios
prisionais elegantes — com piscinas, saunas e salas de cinema. As
construtoras se esmerariam na execução dos projetos, erguendo complexos
dignos de receber seus próprios executivos.
Se tudo correr bem, haverá um novo ciclo de delações no país. Corruptos e
corruptores confessarão seus crimes não para escapar, mas para
assegurar suas vagas nas filas que se formarão defronte dos condomínios
prisionais. Neles, larápios de elite viverão o ideal de segregação:
muros altos, policiamento 24 horas e convívio seleto.
Previdentes, os políticos talvez se animem a injetar verbas federais na
construção dos paraísos carcerários. Ao se darem conta da revolução
iniciada pelas facções políticas no Rio de Janeiro.
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