Escárnio político: deputado vai da cadeia à presidência da assembleia legislativa de Mato Grosso
Gilmar Fabris |
Ao autorizar o Senado a anular as sanções cautelares impostas a Aécio
Neves, o Supremo Tribunal Federal abriu um precedente ruinoso.
Escorando-se no caso do grão-tucano, o plenário da Assembleia
Legislativa do Mato Grosso libertou da prisão seu vice-presidente, o
deputado estadual Gilmar Fabris (PSD). Ele deixou a cadeia na
quarta-feira da semana passada (25.out.2017), após amargar uma cana de
40 dias. Agora, o ex-presidiário se prepara para assumir a presidência
do legislativo mato-grossense por dois dias: 14 e 15 de novembro.
O presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (PSD), terá de assumir
interinamente o governo do Estado, pois o governador Pedro Taques e seu
vice, Carlos Fávaro (PSD), viajarão para o exterior. E Gilmar Fabris,
envolvido no escândalo do mensalinho que o ex-governador Silval Barbosa
pagava a parlamentares estaduais, assumirá os negócios da Assembleia por
48 horas, transformando-se em mais um símbolo do escárnio em que se
converteu a política brasileira.
Gilmar Fabris estava preso por tentativa de obstruir o trabalho da
Justiça. A ordem partira do ministro Luiz Fux, da Suprema Corte. Além de
mandar prender o deputado, Fux suspendera o seu mandato. A Assembleia
Legislativa do Mato Grosso já havia tentado, sem sucesso, votar a
libertação do preso, devolvendo-lhe o mandato. Depois do refresco
servido pelo Supremo a Aécio, todos os empecilhos foram removidos. Uma
evidência de que há males que vêm para pior.
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