Banco Central reduz taxa de juros pela nona vez seguida e Selic recua para 7,5% ao ano
Na nona redução seguida do juro básico, o Banco Central (BC) confirmou a
expectativa do mercado e diminuiu, na quarta-feira (25.out.2017), a
intensidade do corte da Selic, que caiu de 8,25% para 7,5% ao ano. A
última vez em que a taxa esteve neste patamar foi em maio de 2013.
A decisão foi unânime. O corte, de 0,75 ponto percentual, veio em linha
com a expectativa dos 37 economistas consultados pela agência
internacional Bloomberg — nenhum via decisão diferente. Desde fevereiro,
o Banco Central vinha aplicando reduções de 1 ponto percentual na
Selic.
No comunicado divulgado junto com a decisão, o Banco Central informou
que o exterior tem se mostrado favorável, sem que a recuperação da
economia global diminua o apetite a risco em relação aos emergentes.
Segundo o Copom, o comportamento da inflação "permanece favorável".
Porém, seu cenário para a evolução dos preços envolve riscos, como
"possíveis efeitos secundários do choque favorável nos preços de
alimentos e da inflação de bens industriais em níveis correntes baixos" e
que a possível propagação, por inércia, do nível baixo de inflação.
Por outro lado, diz o Comitê, a frustração com a aprovação das reformas e
ajustes necessários para a economia brasileira "pode afetar prêmios de
risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a
política monetária".
Os membros do Copom indicaram ainda que, na próxima reunião, em
dezembro, se o cenário evoluir conforme esperado e em razão do estágio
do ciclo de flexibilização, será adequada "uma redução moderada na
magnitude de flexibilização monetária".
No entanto, destacou que o processo de corte "continuará dependendo da
evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis
reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e
expectativas de inflação".
RITMO MENOR — A intensidade menor do corte já havia sido sinalizada pelo
BC no comunicado da última reunião do Copom (Comitê de Política
Monetária). Na ocasião, a autoridade monetária disse que, se o cenário
evoluísse conforme esperava, poderia ser adequada "uma redução moderada
na magnitude de flexibilização monetária".
A expectativa do mercado é que a Selic encerre o ano em 7%. Isso
significa que os economistas calculam que o BC vai diminuir novamente a
intensidade do corte da taxa básica, para uma redução de 0,50 ponto
percentual na última reunião do Copom, que ocorrerá nos dias 5 e 6 de
dezembro.
A tendência de queda deve levar os juros básicos ao menor nível em 60
anos. Para 2018, a projeção é que a Selic termine a 7%, em linha com o
atual cenário de inflação sob controle na economia brasileira.
Em setembro, o IPCA, a inflação oficial do país, subiu 0,16%, após alta
de 0,19% no mês anterior, informou o IBGE. No ano, o avanço é de 1,78% —
menor resultado registrado pelo IBGE desde 1998 para o mês de setembro.
Em 12 meses, a alta é de 2,54%.
Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, o IPCA deve encerrar o ano a 3,06%, levemente acima do piso de 3% ao ano.
O Banco Central vem reduzindo a taxa básica desde outubro do ano
passado. Economistas já esperam que essas quedas se reflitam em uma
consolidação da recuperação da atividade econômica do país agora no
terceiro trimestre.
Depois de subir 0,2% no segundo trimestre e 1% nos primeiros três meses
do ano, a projeção para o terceiro trimestre é de avanço de 0,2%,
segundo dados da Bloomberg.
Conforme o Focus, a economia deve crescer 0,73% neste ano e 2,5% em 2018.
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