Ao menos dois procuradores do grupo de trabalho da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República foram afastados
O coordenador do Grupo de Trabalho da Lava Jato, da gestão Raquel Dodge,
procurador regional da República José Alfredo de Paula Silva dispensou
ao menos dois procuradores da República que trabalhavam com Rodrigo
Janot. Na tarde de sábado, 16.set.2017, José Alfredo avisou a Rodrigo
Telles e Fernando Antonio de Alencar que os procuradores estavam
dispensados em 30 dias das funções em que atuavam no grupo da Lava Jato
de Janot.
Rodrigo Telles e Fernando Antonio de Alencar haviam manifestado vontade de permanecer no grupo de trabalho.
Em 14 de agosto, a procuradora-geral da República nomeada, Raquel Dodge,
havia reiterado o convite para que todos os membros do Grupo de
Trabalho da Lava Jato, em Brasília, permanecessem nos cargos após a sua
posse, em 18 de setembro. Na ocasião, a informação foi repassada ao
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em reunião que contou com a
participação do vice-procurador-geral da República, do
vice-procurador-geral eleitoral, de toda a assessoria de Rodrigo Janot,
além dos integrantes da Comissão de Transição indicados por Raquel
Dodge.
O Grupo de Trabalho é formado por nove procuradores que auxiliam o
Procurador-Geral da República nas investigações decorrentes da Operação
Lava Jato que envolvem investigados com prerrogativa de foro. O convite
para a permanência dos membros do Grupo de Trabalho da Lava Jato já
havia sido feito por Raquel Dodge durante a campanha à sucessão de
Rodrigo Janot. A reunião de 14 de agosto havia sido a primeira do Grupo
de Transição para tratar de assuntos institucionais e foi agendada por
Rodrigo Janot.
Em 11 de setembro, foram anunciados os procuradores da República Hebert
Mesquita, Luana Vargas e José Ricardo Teixeira para compor o Grupo de
Trabalho da Lava Jato em Brasília. Os três têm especialização na matéria
criminal. Já estava na equipe Alexandre Espinosa.
O chefe do grupo de Trabalho, José Alfredo, participou de investigações
criminais envolvendo casos relevantes, como mensalão mineiro, escândalo
dos Correios, desvios da Universidade de Brasília (UnB), greve de
policiais militares do estado da Bahia em 2014 e operação Zelotes.
Trabalhou na equipe que auxiliou o então procurador-geral da República,
Antonio Fernando de Souza, na investigação e processo do Mensalão, no
STF.
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