Negócio de Donald Trump no Brasil é alvo de investigação
O candidato presidencial do partido republicano Donald Trump, fala
durante evento de campanha, no Centro de Convenções Ocean Center, em Daytona, na Florida (EUA) |
A Procuradoria da República no Distrito Federal afirmou à Justiça
Federal que um fundo de investimento criado pelo FGTS e administrado
pela Caixa Econômica "favoreceu de forma suspeita" o grupo econômico
"The Trump Organization", do empresário e candidato republicano à
Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump.
De acordo com a manifestação do procurador Anselmo Henrique Cordeiro
Lopes, com data de 21 de outubro, um complexo de cinco torres de
escritórios corporativos no Rio, com 150 metros de altura cada um,
denominado Trump Towers Rio, é "objeto de exame por parte da equipe
interdisciplinar investigadora" da Operação Greenfield, que investiga
fraudes em fundos de pensão.
O empreendimento, de 38 andares e anunciado em 2012, ainda não saiu do papel.
A manifestação foi enviada ao juiz da 10ª Vara Federal de Brasília,
Vallisney de Souza Oliveira, na ratificação à denúncia feita em junho
passado pela PGR (Procuradoria Geral da República) contra os
ex-deputados federais Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), entre outras pessoas.
O juiz acolheu a denúncia na quarta-feira (26.out.2016) e mandou abrir
ação penal contra o grupo, denunciado por suposto recebimento de propina
em troca da liberação de recursos do FI-FGTS para projetos privados.
Foi com recursos do fundo de investimento do FGTS que a Caixa adquiriu
terrenos na zona portuária do Rio, em uma região rebatizada de Porto
Maravilha, onde foram anunciadas as Trump Towers Rio.
Sem dar mais detalhes, a procuradoria diz que o investimento "favoreceu, de forma suspeita, o grupo The Trump Organization".
Segundo a denúncia da PGR contra Cunha e outros, na mesma região do
Porto Maravilha houve negócio com o fundo do FGTS que beneficiou uma
série de empreiteiras que lançariam obras de revitalização.
Ex-vice-presidente da Caixa, Fábio Cleto fechou um acordo de delação
premiada com a PGR no qual afirmou ter recebido uma propina de R$ 2,1
milhões pelo projeto de Porto Maravilha, enquanto Cunha teria sido
beneficiado com 1,5% do valor total da operação, estimado em R$ 3,5
bilhões.
FUNDOS DE PENSÃO — O procurador da República Anselmo Lopes pediu, na
petição à Justiça do DF, as investigações sobre Cunha e outros sejam
anexadas pelo juiz aos autos da Operação Greenfield.
Deflagrada no último dia 5, a operação investiga supostos
direcionamentos e vantagens indevidas em projetos de financiamento
bancados por fundos de investimento de estatais, o que teria provocado
um prejuízo estimado em R$ 8 bilhões.
Até a petição do procurador ter vindo a público na quarta-feira
(26.out.2016), contudo, não se sabia que os negócios de Donald Trump
também eram objeto da apuração.
A empresa do candidato republicano à Casa Branca é citada em outra parte
da manifestação do procurador da República. Lopes informou que a
Greenfield também apura "outro investimento lesivo ao fundo de pensão
Serpros", dos funcionários da Serpro (Serviço Federal de Processamento
de Dados), vinculada ao Ministério da Fazenda, e o Igeprev, o instituto
de Previdência Social do Tocantins. Segundo o procurador, o investimento
é o fundo de investimento em participações LSH, "que favoreceu a
empresa LSH Barra Empreendimentos Imobiliários e o grupo empresarial
'The Trump Organization'".
Em 2013, na sua conta oficial em rede social, Trump afirmou: "A
Organização Trump vai revolucionar a área portuária central do Rio de
Janeiro com as Trump Towers. A construção começa em breve!"
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