terça-feira, 23 de agosto de 2016

Procuradoria suspende negociação de delação com
Léo Pinheiro, da empreiteira OAS



Rodrigo Janot
Procurador-geral da República


A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou na segunda-feira (22.ago.2016) que "está rompida" a negociação de delação premiada com o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.
A determinação veio do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, após vazamento de informações sobre as tratativas entre o empresário e os investigadores da Lava Jato.
Janot teria ficado irritado com o vazamento, após Léo Pinheiro ter assinado um acordo de confidencialidade.
O vazamento das informações é interpretado pela procuradoria como uma forma de pressão para concluir o acordo, que pode beneficiar Léo Pinheiro.
A delação estava sendo discutida com os procuradores, mas ainda não havia sido nem assinada com a equipe da PGR.
A delação de Léo Pinheiro tem sido uma das mais complicadas desde o início da investigação, mas nas últimas semanas avançou após a assinatura de um acordo de confidencialidade entre as partes. Agora, as tratativas foram rompidas.
Paralelamente, os executivos da Odebrecht também negociam uma delação com a PGR, ainda sem assinatura.
No final de semana, a revista "Veja" revelou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli é citado na proposta de delação de Léo Pinheiro. Segundo investigadores com acesso ao caso, a informação não consta em nenhum anexo — como são chamados os documentos prévios à celebração do acordo de colaboração, nos quais o delator informa o que vai contar.
De acordo com a reportagem da revista "Veja", Toffoli recorreu a uma empresa indicada por Léo Pinheiro para realizar uma obra em sua casa em Brasília. Ainda segundo a reportagem, o executivo da OAS informou que o próprio ministro teria custeado as despesas.
O ministro do STF Dias Toffoli disse que não possui relação de intimidade com Léo Pinheiro e que pagou pelas reformas realizadas em sua residência.
Nos bastidores, a atitude da equipe do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é atribuída à matéria publicada pela revista "Veja", com suposto trecho da pré-delação de Léo Pinheiro sobre o ministro do STF Dias Toffoli.




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