Mil mulheres do MST ocuparam centro de pesquisa
Grupo protestou e destruiu mudas de eucalipto transgênico em unidade localizada em Itapetininga, no interior de São Paulo
Foto da destruição de mudas de eucalipto transgênico na unidade da
Suzano em Itapetininga; o centro de pesquisas já foi desocupado |
Cerca de mil mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra
(MST) ocuparam na manhã de quinta-feira, 05.mar.2015, a FutureGene,
empresa de pesquisa da Suzano Papel e Celulose, localizada em
Itapetininga, no interior de São Paulo.
Segundo informações do MST, em seu site, no local da ocupação estariam
sendo desenvolvidos testes com o eucalipto transgênico, conhecido como
H421. "Na ocasião, as sem-terra destruíram as mudas dos eucaliptos
transgênicos", informou o movimento.
Também durante a manhã de quinta-feira (05.mar.2015), cerca de 300
pessoas organizadas pela Via Campesina ocuparam a reunião da Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que tinha na pauta a
liberação de três novas variedades de plantas transgênicas no Brasil: os
milhos resistentes ao 2,4-D e ao haloxifape, além do eucalipto
transgênico. A reunião foi interrompida e a votação passará para a
primeira quinzena de abril.
"A ação, que faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres
Camponesas, pretende denunciar os males que uma possível liberação de
eucalipto transgênico, a ser votado na CTNBio, pode causar ao meio
ambiente", detalhou o MST.
O MST também divulgou declaração de Atiliana Brunetto, integrante da
direção nacional do movimento. "O princípio da precaução é sempre
ignorado pela CTNBio. A maioria de seus integrantes se coloca em favor
dos interesses empresariais das grandes multinacionais, em detrimento
das consequências ambientais, sociais e de saúde pública”, observou.
Sobre o caso específico do eucalipto, Catiane Cinelli, integrante do
Movimento de Mulheres Camponesas, afirmou: “Se aprovado pela comissão
esse pedido, o eucalipto reduziria sua rotação de seis/sete anos para
apenas quatro anos. O gasto de água será maior do que os 25 a 30
litros/dia por cada eucalipto plantado que se utiliza hoje. Estamos,
novamente, chamando atenção para o perigo dos desertos verdes”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário