‘Todos numa República devem ser punidos igualmente’
Procurador Deltan Dallagnol alerta para
‘corrupção traiçoeira e silenciosa’ e destaca que imagem do país no
exterior está ‘corroída’
Procurador da República, Deltan Dallagnol (à esq.), e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot (centro), em dezembro, no dia da denúncia contra investigados na Lava Jato. |
O coordenador da Força Tarefa Lava Jato, procurador da República Deltan
Dallagnol, declarou na sexta feira, 20.fev.2015, que as cinco ações de
improbidade administrativa propostas contra seis empreiteiras e seus
executivos “materializam a convicção do Ministério Público Federal de
que todos, numa República, devem ser punidos igualmente, na proporção da
gravidade de seus atos e culpas”.
As afirmações de Dallagnol foram divulgadas no site da Procuradoria
Geral da República. Ele destaca que os atos de improbidade praticados
foram “escolhas racionais”. “A corrupção pode ser vista como uma decisão
embasada em custos e benefícios. Empresas corrompem porque os
benefícios são maiores do que os custos. Devemos inverter essa fórmula.”
O coordenador da Força Tarefa defende que “uma punição exemplar é
essencial para que passe a ser vantajoso manter distância de práticas
corruptas”. Nesta sexta feira, 20.fev.2015, a Força Tarefa da Lava Jato
apresentou à Justiça Federal em Curitiba, base da operação que
desmantelou esquema de corrupção e propinas na Petrobrás, cinco ações de
improbidade em que é cobrada a devolução de R$ 4,47 bilhões ao Tesouro
pelos desvios na estatal petrolífera.
A Força Tarefa cobra R$ 319 milhões de ressarcimento ao erário pelos
desvios de recursos públicos da Petrobrás, além de R$ 959 milhões como
pagamento de multa civil e R$ 3,19 bilhões como indenização por danos
morais coletivos. A acusação de enriquecimento ilícito pelos fatos
apurados na Operação Lava Jato abrange as empresas Camargo Corrêa,
Sanko, Mendes Júnior, OAS, Galvão Engenharia, Engevix e seus executivos.
O procurador Dallagnol destaca, de acordo com o site da Procuradoria
Geral da República que em dezembro de 2014 foram oferecidas denúncias
criminais por formação de um cartel “do qual participaram as empresas
Engevix Engenharia, OAS, Odebrecht, UTC, Camargo Correa, Techint,
Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, PROMON, MPE, SKANSKA, Queiroz Galvão,
IESA, Galvão, GDK e Setal, possibilitando que fosse fraudada a
competitividade dos procedimentos licitatórios referentes às maiores
obras contratadas pela Petrobrás entre os anos de 2004 e 2014, majorando
os lucros das empresas em centenas de milhões de reais”.
Segundo as ações penais, para “o perfeito funcionamento deste cartel de
grandes empreiteiras, foi praticada a corrupção de diversos empregados
públicos do alto escalão da Petrobrás, notadamente dos então diretores
de Abastecimento e de Serviços, Paulo Roberto Costa e Renato Duque,
assim como foram recrutados, para a concretização dos ilícitos e lavagem
dos ativos, Alberto Youssef (doleiro que fez delação premiada na Lava
Jato) e outros grandes operadores e doleiros em atividade no mercado
negro brasileiro e internacional”.
VEJA A ÍNTEGRA DAS CINCO AÇÕES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:
MENDES JÚNIOR
ENGEVIX
OAS
CAMARGO CORRÊA
GALVÃO ENGENHARIA
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