O prefeito de Porto Alegre José Fortunati resolveu demitir seu secretário da Saúde, Carlos Casartelli.
Secretário da Saúde produz graves denúncias contra a PROCEMPA e Secretaria da Fazenda.
Casarteli revela desordem no governo Fortunati.

Carlos Henrique Casartelli

O secretário municipal da Saúde de Porto Alegre, Carlos Henrique Casartelli, acaba de cair. As críticas do secretário à equipe financeira da prefeitura resultaram na sua demissão nesta terça-feira (17.fev.2015). No fim de semana, o médico reclamou, no Twitter, de uma série de problemas que estariam afetando a pasta. As reclamações foram direcionadas ao secretário da Fazenda, Jorge Tonetto, desafeto de Casartelli, mas também à administração da Procempa. Os dois órgãos são dirigidos por quadros egressos do PT e denunciados como alinhados até hoje com o Partido.  Hoje, o prefeito José Fortunati confirmou a saída de Casartelli, que estava no cargo desde abril de 2010.

O prefeito ficou sem alternativa depois das críticas.

O agora ex-secretário voltará à Câmara de Vereadores, já que é o primeiro suplente da bancada do PTB. Como o vereador Dr. Goularte faz parte do secretariado, Casartelli assumirá uma cadeira.

O PROBLEMA

O secretário municipal da Saúde de Porto Alegre, Carlos Henrique Casartelli (PTB), que está sendo boicotado na administração municipal, resolveu comprar briga com pelo menos dois colegas do governo de José Fortunati (PDT), no caso o secretário da Fazenda e o Presidente da Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre (PROCEMPA), ambos sabidamente egressos do PT.

No seu Twitter, Casartelli protestou durante o carnaval contra o desembolso de dinheiro público municipal para atendimento privado de saúde no Hospital das Clínicas. "Não cabe à Secretaria Municipal da Saúde repassar, por exemplo, R$ 1,8 milhão para o Hospital das Clínicas, que sequer atende às necessidades da prefeitura", queixou-se ele no seu Twitter.

O protesto tem fundamento. O secretário é um dos mais competentes quadros da prefeitura.

Sem papas na língua, o secretário queixa-se abertamente da interferência da secretaria da Fazenda nas questões relacionadas com a Saúde. E aproveitou para fazer uma denúncia:

- Cabe à Secretaria Municipal da Fazenda explicar por que não autoriza os PL da Secretaria Municipal da Saúde, quando "acharam" R$ 150 milhões na conta do Fundo Municipal da Saúde, tudo sem vinculação, mas com gastos já comprometidos.

- O secretário municipal da Fazenda também é reptado a explicar por que razão está repassando dinheiro para engordar a Procempa, que anunciou redução de custos, mas no entanto resolveu aumentar a fatura contra a Secretaria Municipal da Saúde em pelo menos R$ 4 milhões.