quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015


Levy sobre o PIB de 2015: ‘talvez fique negativo’


Levy em Nova York

O ministro Joaquim Levy (Fazenda) vendeu seu peixe numa palestra para investidores em Nova York. Não disse nada além do óbvio. Mas no estágio atual da economia brasileira o que mais choca são mesmo as obviedades.
No ano eleitoral de 2014, disse Levy, o governo cometeu “deslize fiscal” significativo. A correção de rumos fará de 2015 um ano duro de roer, com crescimento negativo, um eufemismo para recessão. Na previsão do mercado, a taxa será negativa em 0,42%. Nesse cenário, o “novo ciclo de crescimento” só virá em 2016.
“Estamos num ritmo mais fraco”, afirmou Levy. “Nós todos lamentamos que o crescimento tenha desacelerado, e talvez este ano fique mesmo negativo, porque alguns grandes investimentos declinaram…”
O ministro voltou a se comprometer com a meta fiscal que se autoimpôs: “Nos últimos anos, houve aumento, principalmente, nas despesas discricionárias, há espaço para cortar. Se voltarmos, em muitos casos, ao nível de gastos de 2013, podemos entrar no caminho para atingir a meta de 1,2% [do PIB] sem muito problema, […] não precisamos fazer cortes draconianos ou algo do gênero.”
Rodeado de céticos, Levy sentiu a necessidade de dizer coisas assim: “Não estou fingindo que vocês não deveriam se preocupar com a situação fiscal [do Brasil]. Estou confiante de que vamos botar a casa em ordem. Vamos voltar para o caminho do crescimento.”


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