Levy sobre o PIB de 2015: ‘talvez fique negativo’
Levy em Nova York |
O ministro Joaquim Levy (Fazenda) vendeu seu peixe numa palestra para
investidores em Nova York. Não disse nada além do óbvio. Mas no estágio
atual da economia brasileira o que mais choca são mesmo as obviedades.
No ano eleitoral de 2014, disse Levy, o governo cometeu “deslize fiscal”
significativo. A correção de rumos fará de 2015 um ano duro de roer,
com crescimento negativo, um eufemismo para recessão. Na previsão do
mercado, a taxa será negativa em 0,42%. Nesse cenário, o “novo ciclo de crescimento” só virá em 2016.
“Estamos num ritmo mais fraco”, afirmou Levy. “Nós todos lamentamos que o
crescimento tenha desacelerado, e talvez este ano fique mesmo negativo,
porque alguns grandes investimentos declinaram…”
O ministro voltou a se comprometer com a meta fiscal que se autoimpôs:
“Nos últimos anos, houve aumento, principalmente, nas despesas
discricionárias, há espaço para cortar. Se voltarmos, em muitos casos,
ao nível de gastos de 2013, podemos entrar no caminho para atingir a
meta de 1,2% [do PIB] sem muito problema, […] não precisamos fazer
cortes draconianos ou algo do gênero.”
Rodeado de céticos, Levy sentiu a necessidade de dizer coisas assim:
“Não estou fingindo que vocês não deveriam se preocupar com a situação
fiscal [do Brasil]. Estou confiante de que vamos botar a casa em ordem.
Vamos voltar para o caminho do crescimento.”
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