Partido populista alemão pede o fim de 'parte'
da imigração muçulmana
Com uma plataforma eurocética e conservadora, o partido tem cerca de 6% das intenções de voto no país
Uma liderança do partido populista Alternativa para a Alemanha
expressou seu desejo pelo fim de ao menos parte da imigração de
muçulmanos no país. "Eu não quero mais imigrantes vindos dessa tradição
cultural", afirmou Alexander Gauland, vice-presidente do partido, em
entrevista publicada pelo jornal berlinense Tagesspiegel.
Gauland moderou seu tom mais tarde, em entrevista ao Wall Street
Journal, afirmando que deseja frear apenas parte da imigração daqueles
imigrantes que não seriam assimilados. Um médico sírio que fala inglês e
alemão seria bem-vindo, por exemplo. Já uma camponesa do Iêmen que
"anda totalmente coberta e não fala a língua" não.
A Alemanha, assim como grande parte dos países europeus, tem se sentido
desconfortável com suas populações muçulmanas. No entanto, o passado
nazista do país raramente permite que tais preocupações cheguem ao
debate político nacional.
A ascensão do Alternativa para a Alemanha, entretanto, pode mudar esse
cenário. Com uma plataforma eurocética e conservadora, o partido tem
cerca de 6% das intenções de voto no país, acima do limiar de 5% que
daria o direito de eleger representantes nas eleições estaduais do ano
que vem e no Parlamento, em 2017.
Até o momento, o partido tem conseguido evitar a associação com o
nazismo que prejudicou muitos outros partidos de direita no país. Em
parte, esse sucesso se deve à imagem de partido fundado por professores
sóbrios que se opunham a resgates de países europeus na zona do euro.
Cerca de 4 milhões de muçulmanos, ou 5% da população total, vivem na
Alemanha, a maioria de descendência turca. Tem chamado a atenção as
grandes manifestações da Pegida (Patriotas Europeus Contra a Islamização
do Ocidente), que tem reunido milhares semanalmente em cidades como
Dresden.
Nenhum comentário:
Postar um comentário