quinta-feira, 11 de setembro de 2014


PT diz que tática deu certo e Dilma volta a ligar Marina a banco
Pesquisas internas mostram que ataques à autonomia do BC e discurso do risco de regressão de programas sociais surtem efeito

Dilma Rousseff e Marina Silva

O comando da campanha da presidente Dilma Rousseff vai ampliar a tática de colar na adversária do PSB, Marina Silva, o rótulo de “candidata da elite” tutelada por “banqueiros”. A estratégia foi decidida após pesquisas analisadas pelo PT indicarem que os ataques têm surtido efeito e lançam dúvidas no eleitorado sobre a viabilidade da candidata de governar o País.
Encomendadas pelo marqueteiro João Santana, as pesquisas qualitativas - que avaliam impressões dos eleitores - indicaram que banqueiros são vistos como “vilões” não apenas pelos mais pobres, mas também pela nova classe média. É com base nesse diagnóstico que o PT quer desgastar Marina. A ordem no comitê da reeleição é associar a ex-ministra do governo Lula a uma mulher que fala uma coisa e faz outra.
A campanha de Dilma bate na tecla de que, com a autonomia do BC e a redução do papel dos bancos públicos - sugeridas pela plataforma do PSB -, programas sociais como o Minha Casa Minha Vida serão atingidos. O argumento é o de que, com a fórmula sugerida por Marina, o governo não subsidiaria mais esses programas e a prestação da casa própria ficaria mais alta.

Consequências
Em conversas reservadas, coordenadores da campanha de Dilma dizem que a estratégia de ataque a Marina também pode amenizar os efeitos do escândalo envolvendo as denúncias do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa.
Entretanto, a blitz contra a ex-ministra não é consenso no PT. “Não se pode tratar a Marina assim”, afirmou o ex-deputado petista Paulo Delgado. “A Dilma se esquece de que a Carta ao Povo Brasileiro foi escrita a pedido do (Olavo) Setubal, do Itaú”, emendou, em referência ao documento divulgado em 2002, na vitoriosa campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, para acalmar o mercado. “Devemos falar de nossas propostas, e não atacar Marina”, disse o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), um dos “bons políticos” que a candidata do PSB quer ter como aliado em um eventual governo.

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