sábado, 13 de setembro de 2014


Jarbas: ‘Campanha de Marina 
        precisa de ajuste’

Jarbas  Vasconcelos

O senador pernambucano Jarbas Vasconcelos, uma das principais vozes do pedaço do PMDB que apoia Marina Silva, declara-se “preocupado”. Ele avalia que a campanha de sua candidata “precisa sofrer um ajuste”. A preocupação de Jarbas se dissemina entre os apoiadores da presidenciável do PSB. O senador é o primeiro a expressar a percepção publicamente.
Para Jarbas, o comitê de campanha de Marina não reage adequadamente aos ataques desferidos pela campanha de Dilma Rousseff. “A agressão é muito maior do que se imaginava. Isso vai, evidentemente, aumentar. E a resposta aos ataques tem sido confusa e insuficiente”, disse o senador. “Creio que a estratégia pode ser melhorada.''
“Não devemos ter receio de fazer ajustes”, opinou Jarbas. “Reformulações podem ser feitas até a última semana da campanha. Estamos a 23 dias da eleição. Temos todas as condições de reagir. Mas é preciso tomar providências imediatamente”. O que mais causa incômodo ao senador é o aparente isolamento político de Marina.
“A gente percebe que a campanha precisa melhorar. Se você me pergunta ‘o quê?’, digo que não tenho clareza. Falta conversa à campanha, falta um conselho. A gente precisa se reunir, falar uns com os outros, trocar ideias. Isso é o básico em política, para não sermos surpreendidos. A situação é pior porque estamos em recesso parlamentar. Um está no Sul, outro no Nordeste, outros em São Paulo e no Rio. Isso não ajuda.''
Jarbas disse estar impressionado com “as mentiras e difamações” que a campanha de Dilma utiliza contra Marina. Receia que, sem uma reação apropriada, os comerciais que “distorcem as posições de Marina sobre a independência do Banco Central e a exploração do pré-sal acabem surtindo os efeitos” desejados pela oponente do PT.
Na opinião de Jarbas, o marqueteiro petista João Santana usa contra Marina a mesma tática que utilizou contra os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin, rivais do petismo em sucessões passadas. “A diferença é que, contra Serra e Alckmin, usava-se o fantasma das privatizações. O PSDB nunca soube lidar com isso. Agora, criam fantasias com banqueiros o pré-sal”, comparou.
Além de “responder à desfaçatez”, acrescentou Jarbas, “a campanha de Marina precisa apontar com clareza a inconsistência de Dilma.” O senador menciona um dos programas eleitorais produzidos por João Santana que teve a oportunidade de assistir nesta semana.
“Nesse programa, Dilma parecia dar uma aula de ética. Sitiada pela corrupção, ela dizia que não concorda com os malfeitos. Declarava que a Polícia Federal é isso e aquilo. E os policiais federais dizem o diabo do governo dela. Na tevê, a gestão Dilma é um exemplo de eficiência, dignidade e ética. Se a gente não reage, daqui a pouco as pessoas vão achar que é isso mesmo.”

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