‘Economist’ destaca resposta
de Marina a Dilma
Os ataques da campanha de Dilma Rousseff renderam a Marina Silva uma
manchete —‘Não é discurso. É uma vida’— e alguns centímetros de notícia
na britânica ‘The Economist’. A mais prestigiosa revista econômica do planeta destacou o embate das duas candidatas em torno do Bolsa Família.
A revista informa que Dilma alardeia que só a vitória dela pode
assegurar a continuidade do principal programa social do governo. O
texto realça que, num universo de 140 milhões de votos, o Bolsa Família
beneficia direta ou indiretamente 30 milhões de eleitores — uma arma
poderosa.
“The Economist”
conta aos seus leitores que Marina veiculou uma resposta a Dilma em sua
propaganda eleitoral de 16 de setembro. Escrita para inglês entender, a
notícia explica que, para sentir a força das palavras de Marina, era
necessário saber que ela nasceu no Seringal Bagaço, nos fundões pobres
do Acre.
“Diferentemente de quase todos os políticos brasileiros, ela sabe o que é
sentir fome”, anotou a 'Economist', antes de transcrever o discurso de
Marina, filmado num comício em Fortaleza. Diz a candidata, a certa
altura:
“…Nós vamos manter o Bolsa Família. E sabe por quê? Porque eu nasci no
Seringal Bagaço. Eu sei o que é passar fome. Tudo o que minha mãe tinha
para oito filhos era um ovo e um pouco de farinha e sal, com umas
palhinhas de cebola picada. Eu me lembro de ter olhado pro meu pai e
minha mãe e perguntado: vocês não vão comer? E minha mãe respondeu: 'nós
não estamos com fome.' E uma criança acreditou naquilo. Mas eu depois
entendi que eles há mais de um dia não comiam. Quem viveu essa
experiência jamais acabará com o Bolsa Família. Não é um discurso! É uma
vida!”.
Para azar de Marina, a ‘The Economist’ não circula nas áreas pobres
do Norte, do Nordeste e nas periferias das grandes cidades brasileiras.
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