terça-feira, 9 de setembro de 2014


Delação premiada: Teori fará o que o MPF pedir

Cláudio Humberto
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, disse a amigos que sua tendência é referendar o entendimento do Ministério Público Federal, em relação à proposta de delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. O que os procuradores do processo pedirem, ele concederá. Ao contrário do que foi noticiado, o caso da delação premiada ainda não chegou às mãos do ministro.
Zavascki foi sorteado como relator do caso no STF desde que a defesa do deputado André Vargas (ex-PT) tentou retirá-lo do juiz Sérgio Moro.

Investigações. O STF deve mandar abrir investigação contra os delatados pelo ex-diretor, como ministros e parlamentares. Todos têm “privilégio de foro”.

Vazamentos. Com policiais, procuradores e servidoras digitando tudo freneticamente, será inevitável o vazamento de mais nomes delatados pelo ex-diretor.

Os líderes governistas, quase todos enrolados, marcaram reunião de urgência nesta quarta-feira, 10 de setembro, para discutir rumos da CPMI da Petrobras.

Propinoduto foi simultâneo ao mensalão de Lula. O propinoduto na Petrobras ocorreu entre 2004 e 2012, ou seja, nos governos de Lula e Dilma, segundo revelou o ex-diretor Paulo Roberto Costa. Isso significa que enquanto Lula jurava que “não sabia” e os petistas insistiam que o mensalão era invenção da “imprensa golpista”, outro mensalão era alimentado por 3% do valor dos contratos da Petrobras, e o dinheiro roubado repassado aos políticos aliados do PT.

Dilma aproveitou o escândalo na Petrobras para expulsar de sua campanha o presidente do PT, Rui Falcão, que ela detesta.

Lula se cala, de novo. Como sempre, Lula mergulha em ruidoso silêncio. Não abre a boca nem para defender a “cumpanherada”. Foi assim no caso do tráfico de influência da amiga íntima Rosemary Noronha, a insinuante Rose. Ele se recusa a falar sobre os escândalos que seu governo agasalhou.

O ministro Gilberto Carvalho estava tão preocupado com os efeitos do escândalo na campanha de Dilma que, em vez de criticar quem roubou a Petrobras, preferiu atacar os vazamentos das informações.

Dilma presidiu o conselho da Petrobras por oito anos, nomeou seus diretores e o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), sua campanha é paga com dinheiro arrecadado pelo tesoureiro do PT, João Vaccari, e o os aliados recebiam propina. Mas ela diz que “não atinge o governo”.

Sem surpresas. Entre os delatados pelo ex-diretor da Petrobras, há poucas surpresas. Uma delas foi o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP. Jovem, rico e com ficha limpa, ele não precisava se meter nisso.

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