Delação premiada: Teori fará o que o MPF pedir
Cláudio Humberto |
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, disse a amigos
que sua tendência é referendar o entendimento do Ministério Público
Federal, em relação à proposta de delação premiada do ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa. O que os procuradores do processo
pedirem, ele concederá. Ao contrário do que foi noticiado, o caso da
delação premiada ainda não chegou às mãos do ministro.
Zavascki foi sorteado como relator do caso no STF desde que a defesa do
deputado André Vargas (ex-PT) tentou retirá-lo do juiz Sérgio Moro.
Investigações. O STF deve mandar abrir
investigação contra os delatados pelo ex-diretor, como ministros e
parlamentares. Todos têm “privilégio de foro”.
Vazamentos. Com policiais, procuradores e
servidoras digitando tudo freneticamente, será inevitável o vazamento de
mais nomes delatados pelo ex-diretor.
Os líderes governistas, quase todos enrolados, marcaram reunião de
urgência nesta quarta-feira, 10 de setembro, para discutir rumos da CPMI
da Petrobras.
Propinoduto foi simultâneo ao mensalão de Lula.
O propinoduto na Petrobras ocorreu entre 2004 e 2012, ou seja, nos
governos de Lula e Dilma, segundo revelou o ex-diretor Paulo Roberto
Costa. Isso significa que enquanto Lula jurava que “não sabia” e os
petistas insistiam que o mensalão era invenção da “imprensa golpista”,
outro mensalão era alimentado por 3% do valor dos contratos da
Petrobras, e o dinheiro roubado repassado aos políticos aliados do PT.
Dilma aproveitou o escândalo na Petrobras para expulsar de sua campanha o presidente do PT, Rui Falcão, que ela detesta.
Lula se cala, de novo. Como sempre, Lula
mergulha em ruidoso silêncio. Não abre a boca nem para defender a
“cumpanherada”. Foi assim no caso do tráfico de influência da amiga
íntima Rosemary Noronha, a insinuante Rose. Ele se recusa a falar sobre
os escândalos que seu governo agasalhou.
O ministro Gilberto Carvalho estava tão preocupado com os efeitos do
escândalo na campanha de Dilma que, em vez de criticar quem roubou a
Petrobras, preferiu atacar os vazamentos das informações.
Dilma presidiu o conselho da Petrobras por oito anos, nomeou seus
diretores e o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), sua campanha é
paga com dinheiro arrecadado pelo tesoureiro do PT, João Vaccari, e o os
aliados recebiam propina. Mas ela diz que “não atinge o governo”.
Sem surpresas. Entre os delatados pelo
ex-diretor da Petrobras, há poucas surpresas. Uma delas foi o senador
Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP. Jovem, rico e com ficha
limpa, ele não precisava se meter nisso.
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