quarta-feira, 6 de agosto de 2014


Polícia Federal ameaça deter 
Romeu Tuma Júnior
Ex-secretário nacional de Justiça é autor de livro com denúncias 
de que PT teria uma fábrica de dossiês

Tuma Júnior em seu escritório em São Paulo: “é um abuso”

A Polícia Federal (PF) ameaçou deter o ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior, em São Paulo, para que ele prestasse depoimento sobre denúncias apresentadas no livro "Assassinato de Reputações — Um Crime de Estado", em que narra bastidores do período em que ocupou o cargo durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com Tuma Júnior, quatro agentes chegaram ao seu escritório de advocacia e disseram que tinham uma ordem para conduzi-lo coercitivamente para prestar depoimento na sede da PF. O ex-secretário se recusou e houve bate-boca.
— Não aceitei e fui por minha conta. É um abuso. Eu não havia sido intimado antes — disse Tuma Júnior.
A assessoria de imprensa da PF em Brasília informou por meio de nota que desde fevereiro “intimou diversas vezes o autor do livro, inclusive por meio de sua advogada, para que pudesse esclarecer os fatos mencionados na obra”. A investigação é resultado de uma representação do senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), candidato a vice-presidente pelo PSDB. Foi determinada, ainda de acordo com a PF, a condução coercitiva para que Tuma Júnior comparecesse na Superintendência em São Paulo e prestasse informações que auxiliassem na investigação.
A Superintendência da PF em São Paulo informou que o ex-secretário foi ao local em seu próprio carro e que prestou depoimento por cerca de 10 minutos.
— Eles só queriam olhar para a minha a cara. Não tinham nada para perguntar. Eu já prestei depoimento.
No livro, Tuma Júnior relata que a estrutura do governo petista era usada para produzir dossiês contra adversários político e que teria ouvido do ministro Gilberto Carvalho a confissão de que o ex-prefeito de Santo André Celso Daniel foi assassinado depois de descobrir um esquema clandestino de arrecadação de dinheiro para beneficiar o PT.
— Já prestei vários depoimentos na Polícia Federal depois da publicação do livro. Eles querem saber da minha vida.
O ex-secretário pretende tomar medidas contra a suposta ação da PF.
— Vou apresentar representação na OAB e no Ministério Publico. Foi uma afronta.


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