Polícia Federal ameaça deter
Romeu Tuma Júnior
Ex-secretário nacional de Justiça é autor de livro com denúncias
de que PT teria uma fábrica de dossiês
Tuma Júnior em seu escritório em São Paulo: “é um abuso” |
A Polícia Federal (PF) ameaçou deter o ex-secretário nacional de Justiça
Romeu Tuma Júnior, em São Paulo, para que ele prestasse depoimento
sobre denúncias apresentadas no livro "Assassinato de Reputações — Um
Crime de Estado", em que narra bastidores do período em que ocupou o
cargo durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com Tuma Júnior, quatro agentes chegaram ao seu escritório de
advocacia e disseram que tinham uma ordem para conduzi-lo
coercitivamente para prestar depoimento na sede da PF. O ex-secretário
se recusou e houve bate-boca.
— Não aceitei e fui por minha conta. É um abuso. Eu não havia sido intimado antes — disse Tuma Júnior.
A assessoria de imprensa da PF em Brasília informou por meio de nota que
desde fevereiro “intimou diversas vezes o autor do livro, inclusive por
meio de sua advogada, para que pudesse esclarecer os fatos mencionados
na obra”. A investigação é resultado de uma representação do senador
Aloysio Nunes Ferreira (SP), candidato a vice-presidente pelo PSDB. Foi
determinada, ainda de acordo com a PF, a condução coercitiva para que
Tuma Júnior comparecesse na Superintendência em São Paulo e prestasse
informações que auxiliassem na investigação.
A Superintendência da PF em São Paulo informou que o ex-secretário foi
ao local em seu próprio carro e que prestou depoimento por cerca de 10
minutos.
— Eles só queriam olhar para a minha a cara. Não tinham nada para perguntar. Eu já prestei depoimento.
No livro, Tuma Júnior relata que a estrutura do governo petista era
usada para produzir dossiês contra adversários político e que teria
ouvido do ministro Gilberto Carvalho a confissão de que o ex-prefeito de
Santo André Celso Daniel foi assassinado depois de descobrir um esquema
clandestino de arrecadação de dinheiro para beneficiar o PT.
— Já prestei vários depoimentos na Polícia Federal depois da publicação do livro. Eles querem saber da minha vida.
O ex-secretário pretende tomar medidas contra a suposta ação da PF.
— Vou apresentar representação na OAB e no Ministério Publico. Foi uma afronta.
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