Morgan Stanley recomenda a venda de ações de bancos brasileiros
O cenário que ajudou a levantar as ações de
grandes bancos privados brasileiros nos últimos meses não vai se
manter daqui em diante, por isso é hora de vender os papéis das
instituições, recomendaram analistas do Morgan Stanley.
Com base nessa avaliação, a equipe formada por Jorge Kuri, Jorge
Chirino e Felipe Salomão mudou a recomendação dos papéis do Bradesco
de "overweight" (acima da média do setor) "underweight" (abaixo da
média do setor), e Itaú passou de "equalweight" (em linha com o
setor) para "underweight".
"Nos últimos seis a doze meses, mesmo com a fraca atividade
bancária, os lucros tiveram uma melhora temporária, apoiados no
aumento da Selic e em menores despesas com provisões para perdas",
afirmaram os analistas em relatório a clientes.
Os lucros de Itaú Unibanco e Bradesco avançaram 20 e 10 por cento em
12 meses encerrados no primeiro trimestre de 2014, respectivamente,
pelas contas do Morgan Stanley.
Sem esses dois fatores, os lucros teriam em vez disso caído 4 por
cento para o Itaú e 1 por cento para o Bradesco, afirma o relatório,
prevendo que a taxa de básica de juros agora deve ser manter nos
atuais 11 por cento ao ano, ao passo que as despesas dos bancos com
provisões para calotes devem crescer.
Isso porque os analistas consideram que a fraca atividade econômica
do país e o maior nível de comprometimento da renda das famílias com
dívidas tende a limitar o crescimento das linhas de crédito que
oferecem maiores margens, como em cartões de crédito, em prol de
linhas mais seguras, mas menos rentáveis.
Para os analistas, riscos significativos da maior exposição a
empréstimos em cartões de crédito, como no caso do Itaú, não estão
sendo considerados corretamente pelo mercado.
Além disso, segundo o relatório, os bancos considerados têm
capacidade limitada de amortecer o efeito de resultados operacionais
mais fracos via corte de despesas administrativas.
O Morgan Stanley, manteve a recomendação para o Banco do Brasil em
"equalweight", por entender que a base de clientes do banco,
bastante concentrada em funcionários públicos, pode proteger a
instituição num cenário de aumento do desemprego. Ademais, as ações
do BB já dão ao banco uma avaliação menor do que os concorrentes
privados.
A recomendação para as units (tipos de ações) do Santander Brasil foi mantida em
"overweight". Os analistas avaliam que a oferta de recompra feita
pelo acionista controlador, o espanhol Santander, deve dar suporte
aos atuais preços das ações, embora a avaliação fundamentalista seja
semelhante à descrita para Itaú e Bradesco.
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