Incra responde por 11% das multas do Ibama por destruição de floresta e falta de licença

Nem o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)
escapou das multas aplicadas pelos fiscais do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Pará. Só
este ano, de acordo com o órgão ambiental, elas já somam R$ 42,8 milhões
e representam 11% do total aplicado em todo o País. As multas resultam
de programas de assentamento da reforma agrária criados sem
licenciamento do Ibama e de desmatamento da floresta nas referidas
áreas. “O Ibama é absolutamente independente e nunca esteve tão atuante.
Caso contrário, não teria conseguido reduzir o desmatamento em toda a
Amazônia”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira,
observando que o número de multas, de uma maneira geral, tem crescido no
País, nos últimos anos. Para o pesquisador Paulo Amaral, do Instituto
do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), as multas que o Ibama
aplica ao Incra são quase simbólicas e não têm força para deter o
desmatamento. Como ambos são órgãos federais, as autuações viram uma
batalha judicial interminável, afirmou Paulo Amaral, acrescentando que
sequer 1% das multas são pagas. Presidente do Incra, Celso Lisboa de
Lacerda admitiu que, invariavelmente, o órgão recorre das multas
aplicadas pelo Ibama e afirmou que, desde 2008, há um “estoque de
milhões” delas.
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