Advogados querem recorrer contra julgamento por e-mail

O Conselho Federal da OAB quer ir ao Conselho Nacional de Justiça contra
a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo de julgar processos por
e-mail. Uma resolução do tribunal autoriza desde o dia 24 de setembro a
realização de julgamentos virtuais. Ainda estão sendo feitos ajustes
para pôr em prática a medida, mas os primeiros julgamentos devem ocorrer
ainda neste mês. O presidente da OAB nacional, Ophir Cavalcante, disse
considerar que a decisão fere a Constituição, que determina que todos os
julgamentos sejam públicos. “É um precedente muito grave que pode fazer
com que os tribunais julguem às escondidas”, disse: “Medidas dessa
natureza se adequam muito mais a um Estado não democrático de direito".
Os desembargadores paulistas atualmente se manifestam sempre em sessões
públicas. No julgamento virtual, eles deixariam de se reunir e votariam
em e-mails para os colegas. Os votos e a decisão final seriam publicados
depois no Diário Oficial. A resolução do Tribunal de Justiça permite
que o sistema seja usado para julgar recursos em qualquer tipo de ação,
mesmo em processos criminais. Os advogados das partes podem recusar o
novo modelo e terão até dez dias para se manifestar, conforme a
resolução. O presidente da OAB disse que vai consultar a seção da
entidade em São Paulo e teme que o modelo paulista seja reproduzido em
outros lugares: “Embora seja na Justiça de São Paulo, pode se espraiar
para todo o Brasil".
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