Fechada por falta de dinheiro a Casa de Chico Mendes
A Casa de Chico Mendes, em Xapuri (AC), onde o líder sindical e ecologista viveu e foi assassinado, em dezembro de 1988, permanece fechada há mais de duas semanas.
Tombada como patrimônio histórico nacional e gerenciada pelo governo do Acre, o principal ponto turístico da cidade não paga as contas de água e luz há 10 meses.
A viúva Ilzamar Mendes esteve na semana passada em Xapuri e encontrou os guias do lado de fora da Casa Chico Mendes.
- Eles me disseram que estavam impossibilitados de atender os visitantes porque a chave estava perdida há mais de uma semana. Arrombei as portas, instalei novas fechaduras e levei as chaves para o gabinete do governador Tião Viana - conta Ilzamar.
Recentemente, o governo estadual revitalizou o entorno da Casa de Chico Mendes, agregando um café, uma loja de artesanato e um memorial destinado aos seringueiros, que também permanecem inoperantes. O trabalho de revitalização não incluiu a sede da Fundação Chico Mendes, que abriga o acervo do ecologista.
- Constatei verdadeiro descaso com a memória do Chico Mendes. Vai acabar tudo se a família tirar os olhos de lá. Embora o governo do Acre demonstre amor pela memória do Chico, nós da família amamos muito mais - afirma a viúva.
Ilzamar e os filhos Elenira e Sandino já se reuniram com o presidente da Fundação de Cultura, Dircinei Souza, para tratar da gestão da Casa e da Fundação Chico Mendes.
O governo estadual se comprometeu a renovar um termo de cooperação que possibilitará a reforma e conservação do acervo que se encontra na Fundação Chico Mendes.
Uma equipe do Departamento Estadual do Patrimônio Histórico e Cultural foi destacada para conceber novo projeto de conservação e revitalização dos espaços mais famosos da cidade.
No ano passado, a família do seringueiro chegou a fechar a Casa de Chico Mendes porque o governo estadual não estaria apoiando financeiramente a Fundação Chico Mendes. Porém, o governo esclareceu que não renovou o convênio porque não havia recebido a prestação de contas da entidade.
Há dois anos, Ilzamar Mendes, a filha Elenira e o genro Davi Cunha foram denunciados pelo Ministério Público Estadual por atos de improbidade administrativa na gestão de R$ 685 mil oriundos de convênios do governo do Acre com o Instituto Chico Mendes, da Fundação Chico Mendes, presidido por Elenira.
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