Uma festa de carros oficiais. Este foi o cenário flagrado na entrada da reunião dos 32 prefeitos do PT com o ex-presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu.
Pelo menos oito prefeitos e deputados chegaram em carros do poder público, alguns deles cometendo infrações de trânsito. O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, teve seu carro oficial estacionado na contramão, a uma quadra do hotel de Osasco onde ocorria o evento.
Abordado por repórteres, Marinho reagiu com palavrão e perguntou se deveria chegar ao local de bicicleta.
Ex-ministro do Trabalho de Lula, Marinho foi abordado pela reportagem durante o almoço de encerramento do encontro, quando foi perguntado se poderia falar sobre o assunto.
— Falar sobre o quê? Se for sobre essa putaria, essa de carro oficial, não. Falo sobre coisas sérias.O prefeito de Mauá, Oswaldo Dias, confirmou que usava o carro oficial no evento e disse que fazia uma atividade "política institucional". O prefeito de Amparo, Paulo Tunato Miota, informou, por meio da assessoria, que seguiria da reunião para uma agenda da prefeitura.
Marinho, no entanto, confirmou que usava o carro da prefeitura:
— Quer que eu venha de bicicleta? Eu sou prefeito. Ando de carro oficial e com segurança. Ou você quer que eu seja morto como o Celso Daniel? — ironizou ele, referindo-se ao ex-prefeito de Santo André assassinado em 2002.
Entre os carros oficiais, havia pelo menos três da Assembleia Legislativa de São Paulo. O deputado Simão Pedro foi um dos poucos a chegar com o carro oficial até a entrada do hotel. A maioria deixou o veículo em ruas próximas.
Simão Pedro informou, por meio de sua assessoria, que pensou que o encontro, uma das suas quatro atividades externas de ontem, seria uma reunião de prefeitos e que se assustou ao ser fotografado saindo do carro. Para Jovita José Rosa, do comitê nacional do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, a questão é muito mais moral do que legal:
— Ainda que fosse legal, é imoral.
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