sábado, 25 de agosto de 2018



Sem réplica nem tréplica,
Bolsonaro corre o risco de só “tiroteio”



Líder nas pesquisas de intenção de votos em alguns cenários, o que o faz alvo prioritário dos seus oponentes, o presidenciável Jair Bolsonaro montou uma equipe de advogados para ingressar no TSE sempre que se sentir prejudicado. A força-tarefa de Bolsonaro fará o monitoramento das redes sociais e dos programas eleitorais. A judicialização não é restrita ao candidato do PSL. Com poucos dias de campanha, a Justiça Eleitoral registrou 1.894 contestações a pedidos de candidaturas e 77 a partidos e coligações. A maioria, 812, foi em São Paulo.




Ao repensar a ida de Jair Bolsonaro (PSL) a sabatinas e debates, a campanha do presidenciável acabou animando rivais que formulam estratégias para o horário eleitoral. O capitão reformado do Exército terá apenas oito segundos de propaganda na TV, mais 11 inserções. Se decidir faltar aos confrontos televisivos, explicam especialistas, corre o risco de desaparecer da telinha no momento em que a artilharia de adversários como Geraldo Alckmin (PSDB) vai começar a circular.
Alckmin é dono do maior tempo de propaganda eleitoral entre todos os presidenciáveis e é consenso que uma parte de seu arsenal de 437 inserções será usado para lançar dúvidas sobre a capacidade de Bolsonaro de comandar o país ou de se contrapor ao PT no segundo turno.
O tucano não deve ser o único a alvejar o capitão reformado. Henrique Meirelles já fez peças criticando o discurso radical de Bolsonaro. Se não for a debates, o deputado corre o risco de ficar sem palanque para se defender em rede nacional. O horário eleitoral começa na sexta-feira (31.ago.2018).
Parte dos coordenadores da campanha de Bolsonaro defende que ele vá ao menos nos confrontos da TV aberta. Essa era a estratégia acertada com o presidenciável até o fim da semana.
O deputado tem dito que vai fazer programações nas redes sociais para se contrapor à audiência do horário eleitoral. A estratégia, inédita, é vista com ceticismo por quem trabalha com propaganda eleitoral. Este, aliás, será um dos duelos paralelos da eleição: a televisão contra a internet.
Com tempo de publicidade na TV e no rádio também relativamente pequeno — 38 segundos mais 51 inserções — Ciro Gomes (PDT) vai adotar linha contrária à de Bolsonaro. Ele aposta em sabatinas, debates e na cobertura diária dos compromissos de campanha para ampliar sua exposição.




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