Haddad vai à vitrine
A estratégia eleitoral do PT entra nesta semana numa fase que poderia
ser batizada de “me engana que eu gosto.” Enquanto sustenta no TSE o
pedido de registro da candidatura-fantasma de Lula, o PT exibe Fernando
Haddad em sua principal vitrine: a região Nordeste. Até o próximo
sábado (25.ago.2018), Haddad desfilará sua desconhecida figura em pelo menos cinco
Estados nordestinos: Bahia, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte e
Maranhão.
Pesquisa do instituto MDA ajuda a entender por que o petismo adianta o
relógio da campanha de Haddad, colocando o substituto na rua antes da
impugnação do titular. Lula continua liderando a corrida presidencial,
com 37,3% das intenções de voto. Mas esse eleitorado de Lula não cairá
no colo de Haddad por gravidade.
Hoje, apenas 17,3% dos votos atribuídos a Lula seriam transferidos para
Haddad. Marina herdaria 11,9%. Ciro levaria 9,6% desses votos. Para
colocar Haddad no segundo turno, o PT precisa grudar no rosto dele uma
máscara do Lula. Ou seja: para dar certo, Haddad precisa mostrar que não
é um candidato, mas uma caricatura de Lula.
Os rivais do PT dirão que o país já conhece esse filme. Eles enfatizarão que o filme não tem final feliz.
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