O “monopólio” do humor
Numa tentativa de cercear a livre concorrência no mercado do humor, os
congressistas incluíram na lei eleitoral uma regra de autoproteção. A
sátira política foi proibida. Estabeleceu-se um monopólio. Nenhum
humorista poderia ridicularizar os políticos, exceto os próprios
políticos. Em decisão unânime, o Supremo Tribunal Federal derrubou, por
inconstitucional, a proibição. Restabeleceu-se o ambiente de disputa
entre os companheiros de profissão.
Num país engraçado como o Brasil, quando político vira piada e acha que
pode regular o riso por meio de leis ordinárias, é sinal de que o humor
adquiriu vida própria. Fica difícil distinguir os humoristas
profissionais dos políticos amadores. Ambos fazem humor, mesmo que seja
humor negro. A diferença é que os profissionais matam de rir. Os outros
matam de raiva.
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