TRF4 terá bloqueio ‘aéreo, terrestre e naval’
O acesso ao entorno do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4)
ficará restrito a partir das 12 horas de terça-feira, 23.jan.2018,
véspera do julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva no caso do triplex do Guarujá (SP). A restrição no perímetro será
por via “aérea, terrestre e naval”, segundo o secretário de Segurança
Pública do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer.
Os esclarecimentos em relação ao esquema de segurança, que envolve
dezenas de órgãos municipais, estaduais e federais, foram prestados à
imprensa na manhã de segunda-feira, 22.jan.2018. Schirmer, no entanto,
evitou qualquer detalhamento em relação aos custos e ao tamanho do
efetivo envolvido na operação, dizendo apenas que as forças de segurança
integradas terão o “efetivo necessário” para garantir a manifestação
“dentro dos princípios constitucionais”.
"A democracia tem custo, não se pode fazer economia com a preservação da democracia", disse Schirmer.
O secretário Cezar Schirmer orientou a população a evitar o entorno do
tribunal para não sobrecarregar o trânsito, que já está afetado no
centro da cidade.
Aeronaves farão o monitoramento do espaço aéreo e embarcações das forças
de segurança já estão sendo posicionadas na Orla do Guaíba, nas
imediações do tribunal, para evitar qualquer tipo de acesso à zona
restrita. Há, inclusive, a possibilidade de se utilizar aeronaves para o
transporte dos desembargadores até o tribunal, caso haja risco ou
impedimento para o transporte rodoviário.
Por via terrestre, a restrição ao perímetro do TRF-4 será demarcada por
meio de gradis, além da presença de efetivo policial. Haverá apenas um
acesso ao local, para pessoas previamente cadastradas pelo tribunal. O
bloqueio da área afetará o expediente de órgãos públicos, que ficarão
fechados a partir das 12 horas de terça-feira (23.jan.2018), e cerca de
20 linhas de ônibus terão rota desviada a partir da meia-noite de
quarta-feira (24.jan.2018). Já na tarde de terça-feira, 23.jan.2018, a
circulação até mesmo de pedestres será controlada no local, sem horário
definido para desbloqueio.
“O perímetro ficará isolado o tempo necessário para garantirmos a ordem e
a segurança ao TRF-4”, disse o comandante-geral da Brigada Militar,
Andreis Dell Lago.
O perímetro isolado inclui o Parque Harmonia, onde, inicialmente, os movimentos de esquerda planejavam montar acampamento.
Além do entorno do TRF-4, também a Avenida da Legalidade, no acesso à
capital gaúcha, terá o trânsito desviado a partir das 5 horas da manhã
de quarta-feira (24.jan.2018), dia do julgamento. Outros pontos de
interesse para manifestações tanto favoráveis quanto contrárias ao
ex-presidente Lula também serão monitorados.
“Nós vamos estar preparados para identificar quem queira fazer qualquer
manifestação que contrarie a legislação, inclusive mascarados”,
enfatizou Schirmer, destacando os acordos estabelecidos com movimentos
sociais no sentido de cooperação e eventual responsabilização em caso de
atos de violência ou depredação.
As ações em apoio a Lula ficarão concentradas no Anfiteatro Pôr-do-Sol, a
poucas quadras do TRF-4, e na “esquina democrática”, no centro de Porto
Alegre. Já as manifestações contrárias ao ex-presidente estão sendo
convocadas para o Parque Moinhos de Vento, o Parcão.
ATIRADORES — Schirmer afirma que atiradores de elite vão ficar no topo
de edifícios próximos ao perímetro com a função de observadores,
filmando e fotografando os manifestantes.
“A presença de atiradores de elite faz parte de qualquer processo de
prevenção. Atirador de elite é na verdade um observador. Vai atirar em
último caso numa condição excepcionalíssima. Ele é observador de espaço
físico do que está acontecendo. Vai ficar nas partes mais altas. Vamos
trocar a expressão por observador privilegiado, inclusive fotografando e
filmando”, afirmou o secretário de Segurança.
A 3ª DPPA (Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento) da Polícia Civil,
no bairro Navegantes, concentrará os maiores de idade envolvidos em
ocorrência. Os adolescentes serão encaminhados para o DEIC (Departamento
Estadual de Investigações Criminais), no Jardim do Salso. A partir de
terça-feira (23.jan.2018), a 17ª e a 1ª DP, no centro, terão a estrutura
reforçada.
OUTDOORS — Cerca de 30 outdoors com dizeres pedindo “Lula na cadeia”
foram instalados em avenidas de grande circulação de Porto Alegre e
outras cidades da região metropolitana. Os cartazes são assinados pelo
Movimento Brasil Livre (MBL) e pelo Vem Pra Rua.
Um dos coordenadores do Vem Pra Rua no Rio Grande do Sul, explica que a
campanha é um ato de apoio ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF-4), “que tem cumprido o seu papel”.
Os outdoors apresentam a imagem de Lula como presidiário, no estilo do
Pixuleco, o boneco inflável que ficou conhecido em protestos contra Lula
e Dilma. Ao lado, há uma silhueta com o convite: “faça sua selfie
aqui”. A ideia era que as pessoas manifestassem seu apoio nas redes
sociais, mas o movimento tem dificuldades para mensurar o sucesso da
campanha, segundo o coordenador do movimento Vem Pra Rua: “Muita gente
não compartilha ou tira foto de dentro dos carros, já que em muitas
avenidas não é fácil de parar”.
O movimento Vem Pra Rua prepara um ato para terça-feira, 23.jan.2018,
véspera do julgamento de Lula no TRF4. O ponto de encontro será o Parque
Moinhos de Vento, o Parcão, local já tradicional das manifestações
contra Lula e Dilma em Porto Alegre. O evento no Facebook que convoca
para o ato, a partir das 18 horas.
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