Meirelles, o agora candidato assumido, fez reuniões “fake“ no conselho da holding J&F dos Batista
Henrique Meirelles |
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu que é presidenciável
em 2018. Como principal nome da equipe econômica, Meirelles é o
principal responsável pela retomada do crescimento econômico.
Meirelles foi escolhido ministro da Fazenda quando Temer assumiu a
Presidência, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
O ministro é filiado ao PSD e em 2002 foi eleito deputado federal por
Goiás, mas renunciou ao mandato para ser presidente do Banco Central no
governo do ex-presidente Lula.
Entre os anos de 2012 e 2016 Henrique Meirelles recebeu R$ 180 milhões
como remuneração total pelos serviços prestados à holding J&F de
Joesley Batista. O valor foi revelado por Meirelles, agora candidato
assumido à Presidência. Meirelles diz que o valor “é até muito pequeno”
uma vez que o Banco Original montado por ele para a família Batista
durante esse período “vale uma fortuna, e que será paga em dez, vinte
anos“.
O ministro, quando foi presidente do conselho de administração da
J&F dos Batista, entre 2014 e 2016, assinou atas de reuniões e
balanços de final de ano. Mas, segundo Meirelles, era tudo fake: — O
conselho nunca se reuniu.
“A reformulação do Banco Original e a criação da plataforma digital do banco, a partir do zero, foram feitas através de um contrato de prestação de serviços da empresa de consultoria criada por Meirelles em 2012, depois de cumpridas as duas quarentenas, a primeira legal e uma segunda voluntária, à qual o ex-presidente do Banco Central se auto submeteu. A remuneração foi proporcional ao valor do projeto inovador de ser o primeiro banco exclusivamente digital do país. Paralelamente, a J&F, dona do banco, visando a futura transformação da empresa em companhia aberta e global, constituiu um Conselho de Administração, por exigência legal da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Meirelles foi indicado presidente deste Conselho. Porém, como o projeto de abertura de capital não foi em frente e a empresa continuou de controle familiar, as funções deste permaneceram no nível mínimo exigido pela legislação e foram, do ponto de vista prático, meramente formais e burocráticas, com aprovação de balanços etc. De fato, ao contrário de Conselhos de Administração de companhias abertas, nenhum assunto operacional foi tratado pelo Conselho da J&F, uma vez que a mudança formal à qual ele se destinava não se concretizou. A qualificação como um Conselho de Administração meramente formal é mais precisa e correta.”
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