quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Reforma eleitoral foi reduzida a remendos e a um fundo para pagar campanhas com verba pública



O Congresso discute há mais de um ano propostas de reformulação do sistema eleitoral. E tudo o que o Legislativo conseguiu oferecer à plateia foi uma coreografia desconexa e lamentável. Já não há tempo para aprovar uma reforma de verdade para vigorar nas eleições de 2018. A discussão foi reduzida a remendos, entre eles um fundo para pagar campanhas com verba pública.

Se a sensibilidade dos ouvidos fosse transferida para o nariz, a plateia sentiria um cheiro insuportável ao ouvir os debates travados no Legislativo. Bancadas de partidos mal-intencionados, comandadas por líderes que não lideram nem a si mesmos, tramam contra o interesse público e impedem a formação de consensos mínimos. Perde-se mais uma oportunidade para reformar um sistema que produz escândalos em série, corruptos em profusão e instituições em acelerado estágio de decomposição.

A conta ainda não foi feita. Mas estamos pagando uma fortuna em troca de nada. Além do palco, da iluminação, do som, da TV para transmitir tudo ao vivo, financiamos a casa, a comida, o celular, o transporte, os assessores e os salários dos congressistas. Não seria um absurdo se alguém representasse contra o Congresso nos órgãos de "defesa da pátria".




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