ONU diz que, com empenho político e social, é possível erradicar a fome
Segundo relatório das Nações Unidas divulgado, 167 milhões de pessoas deixaram a condição de famintas na última década
A Organização das Nações Unidas (ONU) acredita que é possível erradicar a
fome no mundo. Para isso, ressalta a entidade, deve haver compromisso
político e social. Segundo um relatório sobre o estado da insegurança
alimentar divulgado por três agências da ONU, embora 795 milhões de
pessoas ainda passem fome no mundo, 167 milhões de pessoas deixaram a
condição de famintas na última década.
Criança desnutrida em Monróvia, na Libéria |
Segundo o documento, divulgado pelas agências Organização para a
Alimentação e Agricultura (FAO), Fundo Internacional de Desenvolvimento
Agrícola (Fida) e Programa Mundial de Alimentos (PMA) na quarta-feira
(27.maio.2015), em Roma, o número de pessoas que passam fome nos países
em desenvolvimento é de 780 milhões, ou 12,9% da população mundial - nos
países desenvolvidos, cerca de 15 milhões de pessoas também passam
fome. Em 1990, havia 991 milhões de pessoas nessa condição, o
equivalente a 23,3% da população daquele ano.
Em 2000, a ONU estipulou entre as Metas de Desenvolvimento do Milênio
reduzir à metade a proporção de população faminta no mundo em quinze
anos. De acordo com o relatório divulgado, 56% dos 129 países em
desenvolvimento do mundo alcançaram a meta. "A mensagem principal e mais
importante é que 72 países em desenvolvimento já alcançaram esse
objetivo. Podemos erradicar a fome", declarou o diretor-geral FAO, José
Graziano da Silva, que destacou a necessidade de desenvolver "políticas
ativas".
Segundo Silva, a vontade política é fundamental para explicar a redução
da fome nestes países, embora ele também tenha apontado o compromisso
social, já que "é a sociedade que quer erradicar a fome e a que leva
isso como a grande prioridade".
Entre as regiões que mais avançaram está a América do Sul, onde menos de
5% da população passa fome hoje, uma redução de mais de 50% em 25 anos.
Ásia Central, Sudeste Asiático e partes do norte da África também
mostraram progressos significativos.
O sul da Ásia enfrenta a maior situação de fome no mundo, em número de
afetados, com 281 milhões de pessoas sem comida suficiente, de acordo
com as agências da ONU. O relatório assinala que a África subsaariana
tem a maior prevalência de fome: mais de 23% da população não tem o
suficiente para comer.
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