domingo, 3 de maio de 2015


O samba do sociólogo doido de FHC

Fernando Henrique Cardoso
Fernando Henrique Cardoso está dançando o samba do sociólogo doido em relação ao impeachment de Dilma Rousseff. Em um artigo o ex-presidente expõe a sua confusão. Confusão, porém com cálculo.

Leiam o seguinte trecho:
"Não quero ser pessimista. Mas o que mais falta faz neste momento é liderança. Gente em quem a gente creia, que não só aponte os caminhos de saída, mas comece a percorrê-los. Não estou insinuando que sem impeachment não há solução. Nem dizendo o contrário, que impeachment é golpe. Estou apenas alertando que as lideranças brasileiras (e escrevo assim no plural) precisam se dar conta de que desta vez os desarranjos (não só no plano econômico, mas no político também) foram longe demais.
Reerguer o país requer primeiro passar a limpo os erros. Não haverá milagre econômico sem transformação política. Esta começa pelo aprofundamento da operação Lava-Jato, para deixar claro por que o país chegou onde chegou. Não dispensa, contudo, profundas reformas políticas.
Não foram os funcionários da Petrobras os responsáveis pela roubalheira (embora alguns nela estivessem implicados). Nenhuma diretoria se mantém sem o beneplácito dos governos, nem muito menos o dinheirão todo que escapou pelo ralo foi apropriado apenas por indivíduos. Houve mais do que apadrinhamento político, construiu-se uma rede de corrupção para sustentar o poder e seus agentes (pessoas e partidos).
Não adianta a presidente dizer que tudo agora está no lugar certo na Petrobras. É preciso avançar nas investigações, mostrar a trama política corrupta e incompetente. Não foi só a Petrobras que foi roubada, o país foi iludido com sonhos de grandeza nacional enquanto a roubalheira corria solta na principal companhia estatal do país.
Quase tudo o que foi feito nos últimos quatro mandatos foi anunciado como o “nunca antes feito neste país”. É verdade, nunca mesmo se errou tanto em nome do desenvolvimento nacional nem jamais se roubou tanto sob a proteção desse manto encantado. Embora os diretores da Petrobras diretamente envolvidos na roubalheira devam ser penalizados, não foram eles os responsáveis maiores.
Quem enganou o Brasil foi o lulopetismo. Lula mesmo encharcou as mãos de petróleo como arauto da falsa autossuficiência. E agora, José? Não há culpabilidade política? Vai-se apelar aos “exércitos do MST” para encobrir a verdade?
É por isso que tenho dito que impeachment é uma medida prevista pela Constituição, pela qual não há que torcer, nem distorcer: havendo culpabilidade, que se puna. Mas a raiz dos desmandos foi plantada antes da eleição da atual presidente. Vem do governo de seu antecessor e padrinho político. O que já se sabe sobre o petrolão é suficientemente grave para que a sociedade repudie as forças e lideranças políticas que teceram a trama da qual o escândalo faz parte. Mas é preciso que a Justiça não se detenha antes que tudo seja posto às claras. Só assim será possível resgatar os nossos mais genuínos sentimentos de confiança no Brasil e no seu futuro."
Em resumo, FHC não acha que o impeachment seja a solução, mas também não acha que é golpe, porque está na Constituição. Ele acha que falta liderança, mas que as lideranças foram longe demais. Acredita que a Operação Lava Jato precisa ir fundo, apesar de os diretores corruptos da Petrobras não serem os responsáveis maiores, mas a mão da Justiça não dispensa profundas reformas políticas. Afirma que quem enganou o Brasil foi o lulopetismo, e que a raiz dos desmandos foi plantada antes da eleição da atual presidente. Que não se deve torcer pelo impeachment, nem distorcer.
Se você não entendeu aonde FHC queria chegar, nós explicamos: ele quer preservar Dilma Rousseff e queimar apenas Lula. Como se fosse possível separar criatura e criador. Como se Dilma Rousseff não tivesse culpa pelos desmandos na Petrobras, da qual foi presidente do Conselho de Administração enquanto a lambança corria solta. Como se não houvesse, para além do petrolão, o flagrante crime de responsabilidade de Dilma Rousseff no caso das pedaladas fiscais. Como se, na última campanha da petista, não houvesse ocorrido o crime de lavagem de dinheiro.
FHC ainda sonha em cooptar uma parte do PT para formar, com o PSDB, um partido social-democrata e, por que não, aproveitar que as lideranças foram longe demais, para ir ainda mais longe e instaurar o parlamentarismo, sob o comando de PSDB e PT juntinhos para sempre.
A sua alma de esquerda, enfim, não aprendeu nada com o mensalão, quando achou que poderia domesticar Lula e os seus acólitos infernais.
FHC, com todo o respeito, feche o bico. E, para não dar margem a suposições, não se sente mais ao lado de Marcelo Odebrecht.
João Doria Júnior, dia 29.abril.2015 à noite, ofereceu um jantar a Fernando Henrique Cardoso.
Ao lado do ex-presidente, sentou-se Marcelo Odebrecht, dono de uma das empreiteiras do cartel da Petrobras.
Em seu discurso, Fernando Henrique Cardoso defendeu Dilma Rousseff:
"Vivemos um momento de desesperança no Brasil e isso não pode ocorrer. Não podemos conviver com falta de esperança e tristeza. Tecnicamente, sabemos o que é preciso fazer, e está sendo feito".
Tecnicamente, sabemos que Fernando Henrique Cardoso protege Marcelo Odebrecht.


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