quinta-feira, 28 de maio de 2015


Confiança da indústria em maio é a menor em dez anos
Segundo a FGV, índice de confiança do setor teve retração de 21,2% em maio deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 1,6% em maio ante abril, passando de 72,8 para 71,6 pontos, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice atinge o menor nível da série mensal iniciada em outubro de 2005. Dos 14 segmentos pesquisados, dez registraram queda na margem. Na comparação com maio de 2014, a retração foi de 21,2%.
A queda do ICI na passagem de abril para maio foi impulsionada tanto pela avaliação da situação atual como pela expectativa para os próximos meses. O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 2,0%, para 74,6 pontos, e o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,3%, para 68,7 pontos.

A maior contribuição para a queda do Índice da Situação Atual veio do item 
que sinaliza a satisfação com o ambiente geral de negócios.

A maior contribuição para a queda do ISA veio do item que sinaliza a satisfação com o ambiente geral de negócios, que recuou 3,7% ante abril. No período, a proporção de empresas avaliando a situação atual dos negócios como boa passou de 8,1% para 8,4% do total. No entanto, a parcela daquelas que avaliam como fraca aumentou em grau mais forte, passando de 38,1% para 41%.
No IE, a única influência de baixa foi o indicador de produção prevista, que caiu 5,7% entre abril e maio, atingindo 85,5 pontos, o menor nível da série mensal iniciada em outubro de 2005. De acordo com a FGV, a proporção de empresas prevendo aumentar a produção nos três meses seguintes caiu de 13,4% para 13,2%, ao passo que a parcela das que esperam reduzir a produção aumentou de 22,7% para 27,7%.
Na avaliação do superintendente adjunto para ciclos econômicos da FGV/IBRE, Aloisio Campelo Jr., a diminuição da satisfação com a situação presente dos negócios e a queda do nível de utilização da capacidade sinalizam um desempenho fraco do setor no segundo trimestre de 2015. Para ele, as perspectivas também são negativas. "Embora a desvalorização do câmbio nos últimos meses traga algum alento ao setor, as expectativas de curtíssimo prazo continuam sem dar sinais de melhora", disse, em nota.


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