Quadrilha que lesava o fisco tinha até tabela de preços
Escutas telefônicas feitas pelos investigadores do esquema de compra de
decisões do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) revelam a
existência de uma tabela de preços para grandes empresas interessadas
em decisões favoráveis.
Vinculado ao Ministério da Fazenda, o Carf avalia recursos de contribuintes autuados pela Receita Federal.
Obtido pela reportagem, o relatório das escutas está em poder da Justiça
Federal e mostra que a propina podia chegar a R$ 500 mil para uma
decisão final favorável.
Para examinar a possibilidade de "admitir o recurso", o custo era R$ 300
mil. Se o recurso fosse pautado para julgamento, mais R$ 200 mil. Um
pedido de vista, que paralisa a sessão de julgamento, ia de R$ 30 mil a
R$ 50 mil.
A partir das escutas, a PF e o Ministério Público suspeitam que lobistas
corromperam membros do Carf (veja quadro abaixo). A operação pode ter
tirado da União até R$ 19 bilhões, valor das multas de 74 processos sob
investigação.
Como funcionava o esquema para anular multas do fisco, segundo investigadores |
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