Custo da energia elétrica aumenta 60% em 12 meses no Brasil
A energia acumula um aumento de 60,42% nos últimos 12 meses terminados
em março segundo dados divulgados nesta quarta-feira (08.abr.2015) pelo
IBGE.
O valor fica bem acima do IPCA, a inflação oficial, que foi de 8,13% nos
12 meses terminados em março – o maior índice desde 2003.
Quando considerado somente o mês de março, a energia elétrica teve alta
de 22,08%, e respondeu por mais da metade do aumento total do índice de
inflação nesse mês. O setor alimentação também teve destaque, com alta
de 1,17% no mês.
REVISÃO DAS TARIFAS DE ENERGIA
Segundo Eulina dos Santos, coordenadora do IBGE, os aumentos de energia
ficaram "concentrados em março" por causa dos impactos, no mesmo mês, da
revisão tarifária (aumento extraordinário) e o reajuste da bandeira
vermelha.
A revisão tarifária permite reajustes extraordinários concedidos pela
Aneel às distribuidoras – neste ano, o reajuste ocorreu para cobrir os
maiores custos com a compra de energia termelétrica, mais usada diante
da estiagem que afeta o reservatórios das hidrelétricas.
A correção do valor do sistema de bandeiras tarifárias, que aumenta o
valor da conta em caso de uso de energia de origem térmica. A bandeira
vermelha, que indica a utilização energia termelétrica em grande escala,
passou de R$ 3 para R$ 5,5 a cada 100 kwh consumidos.
Para abril, diz, não é esperada a mesma concentração de ajustes, o que
abre espaço para altas menores da energia. Neste mês, estão programados
reajustes anuais (previstos no calendário da Aneel) para as
distribuidoras da região metropolitana de Belo Horizonte (MG) e de Campo
Grande (MS).
Para a consultoria Rosenberg & Associados, os aumentos da tarifas
das concessionárias de água e esgoto "para ajudar o estrangulamento de
caixa dessas empresas" por causa do menor consumo diante da estiagem são
um "risco" adicional para o cenário de inflação deste ano. A
consultoria cita o novo aumento da Sabesp, de 13,8% a partir deste mês –
as contas já haviam subido 6,4% em dezembro.
Outros aumentos esperados para abril são o de remédios que têm preços
monitorados pelo governo e sofrem correção anual e da taxa de água e
esgoto em São Paulo.
ALIMENTAÇÃO
Já entre os alimentos, os principais focos de pressão vieram da refeição
fora de casa (1,03%), cebola (15,10%), ovos (12,75%), feijão (3,40%) e
leite (2,74%).
Também puxaram o IPCA para cima os reajustes de gasolina (1,26%) –
pressionada pelo aumento de tributos – e ônibus urbanos (0,85%).
Entre os poucos itens em queda, destaca-se o forte recuo dos preços das
passagens aéreas (15,45%), num sinal do esfriamento do consumo e da
baixa temporada, que leva as companhias a praticarem descontos.
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