Abusam da paciência do povo — até aumento de salário, em pleno petrolão, a Petrobras conseguiu dar a seus diretores.
CARLOS BRICKMANN |
Dizem que, quando Maria Antonieta, rainha da França, soube que o povo se
revoltava pela falta de pão, perguntou: “E por que não comem brioches?”
Pouco tempo depois, perdeu o trono, a liberdade e a vida.
Os poderosos se isolam e não entendem por que, quando não há comida em
casa, os pobres não almoçam num bom restaurante. Nas manifestações,
ficou clara a rejeição a tudo isso que está aí. E como reagem nossos
poderosos?
A Petrobras, em crise, propõe o aumento do salário de seus diretores em
13%, para algo como R$ 123 mil mensais. Pode ser pouco diante do que se
paga em empresas do mesmo porte; mas, diante da situação, parece
deboche. No ano passado, os salários da diretoria já haviam subido 18%,
contra 6,4% de inflação.
O Supremo Tribunal Federal cancelou todas as sessões nesta semana. Com
isso, o inquérito sobre Jader Barbalho, por peculato, acabou. Está
prescrito.
A Câmara Federal nomeou quatro deputados para visitar o então ministro da Educação, Cid Gomes, no Hospital Sírio-Libanês.
Suas Excelências iriam conferir a avaliação médica do Dr. Roberto Kalil. Custo: R$ 6.500.
Não é muito? Talvez.
Mas qual a utilidade do passeio?
Provar que um dos melhores hospitais do país estava errado? Que é que o
deputado André Fufuca entende disso? E quem é que disse que se pode
visitar um paciente sem autorização dele e do médico?
Lula, que, solidário, manteve os condenados do Mensalão no PT, disse:
“Hoje, se tem um brasileiro indignado sou eu, indignado com a
corrupção.”
Pois é.
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