Atraso em repasse do Pronatec interrompe aulas em escolas particulares
Atrasos no repasse de verbas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec) já causam interrupção nas aulas ministradas
em escolas particulares. As unidades estão sem receber os valores
referentes à manutenção dos cursos feito em parcelas mensais desde
novembro do ano passado. O Ministério da Educação (MEC) informou que já
está providenciando os pagamentos.
De acordo com a presidente da Federação Nacional das Escolas
Particulares (Fenep), Amábile Pacios, todas as instituições que oferecem
os cursos pelo programa estão enfrentando a situação. “Está tudo muito
confuso. O governo pagou a parcela referente a outubro só em fevereiro
deste ano. Novembro e dezembro seguem em aberto, enquanto janeiro,
fevereiro e março não têm qualquer notícia”, relata, sobre as parcelas
que deveriam ser pagas em até 45 dias. Segundo ela, algumas instituições
chegaram a pegar empréstimos, mas outras não conseguem mais arcar com
os gastos. Além disso, diante do quadro de incerteza, há unidades que
deixaram de abrir novas vagas.
“Vamos fazer uma reunião com todas as empresas no próximo dia 8, em
Brasília, para debater a situação. Em seguida, vamos buscar uma cobrança
no âmbito judicial”, afirma.
“Tememos que essas unidades comecem a perder a saúde financeira por terem acreditado no programa”, disse.
No Centro de Educação Profissional Futura, em Guarapuava, no Paraná, as
dez turmas de quatro cursos do Pronatec somam 220 alunos e estão com as
aulas suspensas desde o último dia 23. “Tínhamos um repasse médio mensal
de R$ 85 mil. Recebemos apenas a parcela de outubro, no mês de
fevereiro. Somando tudo, os atrasos já passam de R$ 200 mil. Dependemos
dessa verba para pagar professores e cobrir nossos gastos”, diz o
diretor do centro, Marcos Aurélio de Mattos, que relatou que o
Ministério da Educação não responde a e-mails enviados e não dá previsão
de quando a situação será normalizada.
No Facentro, em Porto Alegre, onde 200 alunos compõem as turmas de
Logística, as aulas ainda não foram suspensas. Mas o diretor da unidade,
Rui Ramos, acredita que situação não se sustentará por muito tempo.
“Por enquanto, estamos bancando professores e material didático com
nossos próprios recursos. Mas conseguiremos continuar assim por apenas
mais alguns meses”, avalia o diretor da escola, que recebia um repasse
mensal de aproximadamente R$ 30 mil.
Já o Senai afirmou que não teve problemas e que os repasses estão sendo
feitos de acordo com os prazos estabelecidos. Por meio de nota, o MEC
informou ter liberado em fevereiro R$ 119 milhões para pagamento das
mensalidades das instituições privadas. Semana passada, a pasta liberou
cerca de R$ 200 milhões referentes ao repasse de mais duas mensalidades.
Os procedimentos de pagamento estão em tramitação e as instituições já
podem consultar os valores. Segundo o órgão, os repasses vão regular o
fluxo.
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