Reajuste de 4,5% na tabela do IR vai pesar mais no bolso de quem tem renda mensal de até R$ 3 mil
Com o veto da presidente Dilma Rousseff à correção de 6,5%, a discussão voltará ao Congresso
O reajuste de 4,5% na tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas,
como quer o governo, vai pesar mais no bolso dos assalariados com renda
mensal entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, que terão que recolher mensalmente
37,36% e 7,19%, a mais, respectivamente, se a correção fosse de 6,5%,
como foi aprovado pelo Congresso Nacional. Com o veto da presidente
Dilma Rousseff, a discussão volta ao Congresso.
O economista e gerente de Estudos Técnicos do Sindicato Nacional dos
Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), Álvaro Luchiezi, fez
uma simulação do cálculo do imposto a ser pago em diversas faixas de
renda, com as correções de 4,5% e 6,5%. Segundo o economista,
independente do reajuste que será adotado a defasagem continuará alta,
acima dos 64%, se considerado o período entre 1996 e 2014.
— Mesmo que haja uma correção de 6,5% na tabela do IR, como quer o
Congresso, a defasagem continuará enorme — diz Luchiezi, que defende
reajustes anuais, de acordo com o aumento da renda dos trabalhadores.
Veja abaixo as simulações com os reajustes de 4,5% e 6,5% na tabela do
IR, lembrando que o cálculo do Sindifisco não leva em conta as deduções
usualmente presentes nas declarações de rendimentos dos contribuintes
(previdência oficial e privada, pensão alimentícia e outros descontos
permitidos pela Receita Federal):
Desde 2007, o governo tem se utilizado de medida provisória para
reajustar a tabela do IR pelo percentual de 4,5%, taxa estabelecida como
o centro da meta de inflação do governo. No entanto, esse índice tem
sido superado, ficando nos últimos sete anos mais próximo da média de
6%. No ano passado, por exemplo, a inflação oficial ficou em 6,41%.
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