sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015


Moradores de condomínio gaúcho homenageiam traficante morto



Moradores de um condomínio popular construído pela prefeitura de Porto Alegre, na gestão de Olívio Dutra (PT), se cotizaram e contrataram um grafiteiro, por R$ 15 mil, para pintar um painel de 60 metros quadrados em homenagem ao traficante Alexandre Goulart Madeira, o Xandi, assassinado por um grupo rival em Tramandaí no início deste ano.

Acionado para exigir a remoção do painel, que ocupa toda uma fachada do condomínio Princesa Isabel, localizado na avenida de mesmo nome, no Bairro Azenha, o prefeito José Fortunati alegou que nada pode fazer, pois no momento da entrega das chaves aos moradores, o Executivo deixou de ter ingerência sobre o prédio.

A homenagem prestada ao traficante Alexandre Goulart Madeira, o Xandi, não foi feita por acaso. Ela teria custado mais de R$ 15 mil. O valor incluiria o serviço de um grafiteiro profissional, que assina como Holie na obra, o aluguel de um guindaste e os materiais. O orçamento ainda contou com os serviços de seguranças armados durante as 24 horas dos quatro dias em que a pintura levou para ficar pronta desde o último sábado (21.fev.2015).

A justificativa da presidente da associação dos moradores para a homenagem foi de que “a gente o amava de paixão”.

O condomínio sempre esteve envolvido em polêmicas. Quando de sua construção, gerou indignação por parte dos moradores do bairro, já que serviria para abrigar 240 famílias carentes, que pagariam valores subsidiados pelo Município. Os imóveis não poderiam ser comercializados, mas não foi o que aconteceu.

Além disso, com frequência a Polícia Civil encontra armas e drogas no local, conhecido ponto de tráfico.

De acordo com o delegado César Carrion, da 2ª DP, sem que nenhum morador, ou o Demhab responsável pelas concessões de moradias no condomínio, faça uma denúncia, não há crime.
- Podemos investigar se alguém denunciar que isso foi feito sem a anuência do condomínio. Aí poderíamos considerar um dano ao patrimônio. Mas à princípio, não vejo o retrato como uma apologia ao crime - afirma o delegado.

Xandi tinha o condomínio como sua base até ser assassinado no dia 4 de janeiro em Tramandaí, no Litoral Norte. Ele era considerado pela polícia um dos principais traficantes da Região Metropolitana e tinha um comissário de Polícia Civil como um dos seus funcionários.



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