sábado, 14 de fevereiro de 2015


Maus islâmicos e Cerveró tentam matar o nosso Carnaval

Nestor  Cerveró

Continua o veto jurídico do pai do cubismo brasileiro, Nestor Cerveró, a que rostos populares usem a sua máscara no Carnaval, ou melhor,  segue o veto a que máscaras populares usem o rosto de Cerveró.
Outro veto do Tríduo Momesco, vulgo Carnaval: marchinha clássica do carnaval, a “Cabeleira do Zezé” é alvo de um processo na Justiça fluminense, por citar o profeta Maomé. O produtor e apresentador de TV Marcelo Abbas Musauer entrou com uma ação na Justiça, em 2008 contra a Irmãos Vitale, titular dos direitos autorais da marchinha, e contra João Roberto Kelly, compositor da música, alegando que ela denigre a imagem do profeta.
Musauer se apresenta como fiel islâmico e levou a letra, composta há 45 anos, muito à sério. “Será que ele é bossa nova? Será que ele é Maomé? Parece que é transviado. Mas isso não sei se ele é”, diz a canção.
"A música enxovalha o nome de Maomé, que criou uma das maiores religiões do mundo, o islamismo. A música mistura o profeta com uma festa profana. Imagina se fosse com Jesus Cristo e as pessoas gritassem ‘bicha, bicha’?”, defende o apresentador Marcelo Abbas Musauer.
O juiz Maurício Chaves de Souza Lima indeferiu o pedido por entender que a marchinha não faz menção à religião islâmica nem faz relação de Maomé a qualquer coisa negativa, e ainda considerou que Musauer é parte ilegítima, já que a ofensa não seria direta a ele e sim ao profeta e à religião islâmica.

O espírito do Carnaval
O espírito de Carnaval nasceu justamente da tiração de sarro da cara do outro. Quando, séculos antes de Cristo, o imperador Pisístrato inventou o Carnaval Pagão, a ideia era: um carnaval que durava de dezembro a março. E em que as pessoas eram incentivadas a desfilarem com o rosto do que queriam ser em fantasia, ou o rosto daquele que eles repudiavam e queriam sacanear publicamente.
Pisistrato encontrava no Carnaval um  meio de relaxar as tensões sociais: por quase quatro meses as pessoas brincavam de ser o outro. Praticar a alteridade é praticar tolerância.
O politicamente correto quer matar o nosso Carnaval. Os maus islâmicos que mataram em Charlie Hebdo querem matar o nosso Carnaval. Cerveró, que matou a grana da 'viúva', quer matar o nosso Carnaval.

Vamos todos às ruas com máscaras do mascarado Cerveró cantar aos 'alckmistas': “Alá, meu bom Alá, manda água pra nhonhô”.



Nenhum comentário:

Postar um comentário