Lava Jato apura se partidos receberam propina
da BR Distribuidora
da BR Distribuidora
Investigadores da força-tarefa tentam
identificar políticos e siglas entre destinatários
de repasses feitos por fornecedora da subsidiária da Petrobrás
de repasses feitos por fornecedora da subsidiária da Petrobrás
Real e dólar foram encontradas em fundos falsos |
A Operação Lava Jato investiga se o pagamento de propina na BR
Distribuidora também abasteceu o caixa de partidos nos moldes do esquema
instalado na Petrobrás. A subsidiária é comandada por indicações de
políticos do PMDB, PT e PTB já acusados de se beneficiarem do esquema de
corrupção na estatal.
O presidente da BR, José Lima de Andrade Neto, chegou ao cargo com as
bênçãos do ex-ministro de Minas e Energia e senador Edison Lobão
(PMDB-MA) e do senador Fernando Collor (PTB-AL). Antes, Neto ocupava a
Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis do ministério. Lobão
foi citado pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, delator do
esquema.
Collor tem ainda na sua cota Luís Alves de Lima Filho (Postos de
Serviço) e Vilson Reichemback da Silva (Operações de Logística). O
petebista é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal acusado de
receber dinheiro do doleiro Alberto Youssef, também delator do esquema.
Collor recebeu do doleiro R$ 50 mil, por meio de oito depósitos em
espécie. Dirigentes do PTB afirmaram que o senador controla as
indicações políticas na BR sem participação do partido, o que tem
provocado disputas na legenda.
Partiu do PT na Câmara a indicação de Andurte de Barros Duarte Filho
(Mercado Consumidor). Ele é ligado ao ex-deputado Cândido Vaccarezza
(PT-SP). O partido, conforme o ex-gerente executivo da Diretoria de
Serviços Pedro Barusco, recebeu US$ 200 milhões do esquema de corrupção
na estatal.
Nos últimos anos, a BR também foi usada para acomodar executivos que
deixam a Petrobrás. Nestor Cerveró, ao deixar a Diretoria Internacional,
foi transferido para a Diretoria Financeira da subsidiária. Ele está
preso pela Lava Jato. José Raimundo Brandão Pereira, ex-braço direito de
Costa, também foi para a BR ao deixar a Petrobrás, após ter sido
desencadeada a primeira fase da operação da PF.
A BR se tornou foco da Lava Jato na sua nona fase, após a ex-dirigente
da área financeira da empresa Arxo Cintia Provesi Francisco contar aos
investigadores que a empresa pagava de 5% a 10% de propina para obter
informações privilegiadas e contratos na subsidiária. A partir dessas
informações, a Polícia Federal prendeu, na quinta-feira (05.fev.2015),
os dois sócios da empresa e o atual diretor financeiro. No local, foram
apreendidos R$ 3,2 milhões em dinheiro vivo.
Investigadores afirmaram que Cintia não tem conhecimento sobre para quem
a propina era paga, mas sabe o que ocorria dentro da empresa. Na
sexta-feira (06.fev.2015), a PF começou a buscar informações sobre os
destinatários dos repasses. Um dos questionamentos que seria feito ao
sócio da empresa Gilson João Pereira, preso em Curitiba, era sobre quem
são os agentes e os prepostos da BR Distribuidora que recebiam propina
da Arxo. A partir daí será possível descobrir se partidos políticos eram
os destinatários finais do dinheiro.
Conforme fontes relataram um dos focos da apuração é saber se há ligação entre a Arxo, Cerveró e a propina na BR Distribuidora.
Polícia Federal apreende dinheiro na sede da empresa Arxo |
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