Renato Duque, ex-Petrobras, pode fugir
deve voltar à prisão, diz Janot
deve voltar à prisão, diz Janot
O ex-diretor de serviço da Petrobras, Renato Duque chega a sede da Polícia Federal no Rio |
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF (Supremo
Tribunal Federal) parecer defendendo que Renato de Souza Duque,
ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras, volte à prisão.
Segundo Janot, as medidas de substituição à prisão, como apreensão de
passaporte e proibição de viajar para fora do país, são insuficientes
para evitar uma fuga de Duque, que é investigado na Operação Lava Jato.
Ele diz que Duque "possui inúmeras possibilidades [notadamente
financeiras, a partir de dezenas de milhões de reais angariados por
práticas criminosas] de se evadir por inúmeros meios e sem mínimo
controle seguro, especialmente se consideradas as continentais e
incontroladas fronteiras brasileiras".
Janot diz que não se trata de imaginar situações “abstratas” ou
“imaginárias” e ressalta que muitos réus e investigados já se evadiram
sem haver atualmente possibilidade concreta de trazer o acusado de volta
ao país.
“Não há como se esperar a fuga para, já no exterior, tentar (quando não
sem sucesso) o retorno do foragido ao território brasileiro para
responder pelos crimes que tenha cometido”, diz.
O procurador-geral defende ainda que devem ser negados os pedidos feitos
por outros réus, os empreiteiros presos em Curitiba, de se estender a
concessão de liberdade feita a Duque. [Janot defendeu que os
empreiteiros detidos em Curitiba continuem presos.]
Ele também contesta o argumento dos advogados de que o juiz Sérgio Moro,
do Paraná, não teria competência para comandar a investigação já que a
sede da Petrobras fica no Rio de Janeiro.
Duque chegou a ser preso em novembro do ano passado e foi liberado no
começo de dezembro, após decisão do ministro do STF Teori Zavascki, que
considerou sua prisão irregular. [O ministro entendeu não ser defensável
a manutenção da prisão apenas por um eventual risco de fuga.] Agora, o
caso será analisado por outros ministros do Supremo.
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