sexta-feira, 17 de outubro de 2014


Revista The Economist: "Why Brazil needs change"

Na capa da The Economist,
os frutos estragados do Brasil
É com uma figura que faz lembrar Carmen Miranda, mas com ar enfadonho e que carrega sobre a cabeça frutas apodrecidas, que a edição para a América Latina da revista britânica The Economist desta semana traz uma reportagem de capa sobre as eleições presidenciais no Brasil. Com o título “Porque o Brasil precisa mudar”, a publicação se posiciona dizendo que Aécio Neves (PSDB) “merece vencer” a disputa contra Dilma Rousseff (PT).
Para a publicação, a economia do País “estagnou e o progresso social diminuiu” no governo Dilma. Já Aécio Neves “provou que pode fazer suas políticas econômicas funcionarem”.
O texto lembra que em 2010, quando Dilma foi eleita, o Brasil parecia finalmente fazer jus a seu imenso potencial. A economia crescia a 7,5% ao ano. Quatro anos depois, a economia patina e os avanços sociais andam em marcha lenta. E lembra que em junho do ano passado milhões de brasileiros saíram às ruas para protestar por melhores serviços públicos e contra a corrupção.
A The Economist criticou o atual governo dizendo que o Brasil terá o pior desempenho entre os países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), ficando à frente apenas da Rússia, em função das sanções econômicas que o país europeu tem sofrido.
Depois de fazer um panorama das viradas que marcaram a corrida eleitoral no Brasil, o texto trata da atual situação econômica do país. Ao citar a crise econômica mundial – apontada por Dilma como a culpada pelo atual quadro brasileiro –, a revista salienta que o país tem se saído pior do que os vizinhos latino-americanos no enfrentamento da questão.
Cita ainda a intromissão constante do governo federal nas políticas macroeconômicas e as tentativas de interferir no setor privado como responsáveis pela queda nos investimentos.
Ao tratar dos problemas de infraestrutura e da burocracia que atravanca o país, a revista afirma que Dilma reforçou a mão do Estado na economia, servindo-se favores para iniciados, como incentivos fiscais e empréstimos subsidiados de bancos estatais inchados.
Além disso, a revista diz que o governo causou danos à Petrobras e à indústria de etanol, mantendo pressionado o “preço da gasolina para mitigar o impacto inflacionário de sua política fiscal frouxa”. Cita ainda os sucessivos escândalos que envolvem a estatal.
A Economist trata, por fim, dos ataques perpetrados pela campanha petista contra Aécio. Classifica como infundadas as alegações de que o tucano colocaria fim ao Bolsa Família – e lembra que ao longo dos anos o PT caricaturou o PSDB como um partido “de gatos gordos sem coração”.
O texto explica que as políticas propostas por Aécio, ao contrário do que quer fazer crer o PT, beneficiariam os brasileiros mais pobres. Diz que ele promete fazer o país voltar a crescer. E que sua história e a de seu partido tornam a promessa crível. Afirma que Aécio tem uma equipe impressionante de conselheiros liderados por Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, que é respeitado por investidores. Cita as promessas de retorno a políticas macroeconômicas sólidas, de redução no número de ministérios, de simplificar o sistema fiscal e aumentar o investimento privado em infraestrutura.
“Aécio lutou de forma tenaz na campanha e já deu provas de que pode fazer funcionar suas políticas econômicas. A maior ameaça aos programas sociais no país é a forma como o PT hoje conduz a economia. Com sorte, o apoio de Marina Silva, que já foi do PT e nasceu na pobreza, deve ajudá-lo. O Brasil precisa de crescimento e de um governo melhor. Aécio é quem tem mais condições de fazê-lo”, encerra o texto.

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