Petrobras diz estudar medidas para ressarcir danos com esquema de corrupção
A Petrobras afirmou, em nota enviada à CVM (Comissão de Valores
Mobiliários), que criou comissões internas para verificar "indícios ou
fatos contra a empresa".
A estatal também informou estar estudando "medidas jurídicas adequadas para ressarcimento dos danos sofridos".
A companhia informa que obteve da Justiça aval para ter acesso aos autos
da investigação relacionada à Operação Lava Jato, "incluindo os autos
de ação por lavagem de dinheiro".
O acesso ao conteúdo da delação premiada do ex-diretor de abastecimento,
Paulo Roberto Costa, ainda não foi autorizado, reconheceu a empresa.
A Petrobras disse estar de posse dos depoimentos de Costa à Justiça
Federal no Paraná, tornados públicos na semana passada, um dia depois de
prestados pelo delator ao juiz Sérgio Moro.
Em seu depoimento, Costa disse ter participado de um esquema de desvio
de recursos originado na empresa, por meio da cobrança de propina de 3%
sobre contratos de obras e projetos, com a participação de empreiteiras.
Segundo o ex-diretor, o esquema abastecia os partidos PP, PT e PMDB. Os
partidos e as empreiteiras negam.
A companhia aproveitou o comunicado para reafirmar que "está sendo
oficialmente reconhecida pelas autoridades como vítima no processo de
apuração".
Costa foi diretor de abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012,
depois de ter feito carreira na empresa. Disse ter sido nomeado diretor
por indicação do PP.
Foi preso em março, no decorrer das apurações da Operação Lava Jato, que
iniciou apurando esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Ele decidiu fazer delação premiada para tentar obter redução de pena e
agora aguarda julgamento em prisão domiciliar, no Rio.
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