Servidor que adulterou perfis
de jornalistas é petista e estava lotado no
Palácio do Planalto
Carlos Alberto Sardenberg e Míriam Leitão |
O servidor que mudou na Wikipédia os perfis dos jornalistas Carlos
Alberto Sardenberg e Míriam Leitão estava mesmo lotado no Palácio do
Planalto e é filiado ao PT. A Casa Civil o identificou: trata-se de Luiz
Alberto Marques Vieira Filho, que agora vai responder a processo
administrativo. Segundo o ministério, ele admitiu ter feito o servicinho
sujo. O rapaz tem 32 anos e é filiado à seção do partido de Ourinhos
desde 1999.
Vieira Filho é concursado do Ministério da Fazenda e era chefe da
assessoria parlamentar do Ministério do Planejamento. Em razão do cargo
comissionado, recebe, brutos, R$ 22.065,61 por mês. Segundo a Casa
Civil, ele já deixou o cargo de confiança. A depredação da biografia dos
jornalistas foi perpetrada em maio de 2013, quando era assessor da
Secretaria de Relações Institucionais, sob o comando, então, de Ideli
Salvatti. Quem o nomeou, no entanto, foi o então ministro Luiz Sérgio,
antecessor de Ideli.
Segundo informações do Portal da Transparência, Vieira Filho entrou por
meio de concurso para o Ministério da Fazenda como analista de finanças e
controle e estava cedido para o Ministério do Planejamento, onde tinha
um cargo de chefia, além do salário de servidor, ele acumulava o
benefício de DAS 4 (Direção de Assessoramento Superior).
De acordo com o Executivo, mesmo exonerado do cargo de confiança, Vieira
Filho será alvo de um processo administrativo disciplinar (PAD), que
poderá, eventualmente, culminar na sua demissão do serviço público. A
Casa Civil destacou que, como prevê a legislação, será assegurada ampla
defesa ao servidor.
A Casa Civil tem 30 dias para concluir o inquérito administrativo, prorrogados por mais 30.
Jornalista estuda abrir processo
O jornalista Carlos Alberto Sardenberg disse que estudará com seus
advogados a possibilidade de abrir um processo contra o servidor.
“Precisa ver o que a gente faz, porque foi uma ofensa. Eu acho que houve
uma ação criminosa e que tem autoria. Acho que cabe processo, mas é uma
primeira impressão minha”, afirmou.
Para Sardenberg, inicialmente a Presidência da República tentou “abafar”
o caso. “A primeira reação instintiva da Presidência foi dizer que não
dava para apurar, tentando abafar o caso ali mesmo, mas diante da
observação de especialistas do setor de que era possível rastrear, a
investigação começou”, disse.
Sardenberg lembrou que as alterações dos perfis dele e da colega Miriam
Leitão não são um fato isolado e que há uma “rede” dedicada a “ataques e
ameaças a jornalistas”. “É lamentável que tenha feito parte dessa rede
uma pessoa que trabalhe dentro do governo”, afirmou.
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