Ministério Público pede o
sequestro de bens do ex-bilionário Eike Batista
Eike Batista |
O Ministério Público Federal em São Paulo requereu à Justiça Federal
o sequestro de bens de Eike Batista para garantir o cumprimento de
uma possível condenação ao pagamento de multas e indenizações em
processo judicial contra o empresário. O pedido se estende a
imóveis, um helicóptero e participações societárias em empresas do
grupo EBX e outras companhias. O sequestro também deve atingir
imóveis, empresas e veículos que o empresário vendeu a terceiros ou
doou para familiares desde o ano passado.
Outros sete ex-diretores da OGX Petróleo e Gás Participações S.A.
também foram incluídos no pedido. Eles foram denunciados, entre
outros crimes, por delitos contra o sistema financeiros, incluindo
ilícito contra o mercado de capitais, em operações que envolviam a
OGX e a OSX Construção Naval S.A.. Estima-se que o prejuízo total
causado aos investidores passe de R$ 14,5 bilhões.
“As alienações já consumadas e sob andamento põem em risco a própria
aplicação da lei penal e futura satisfação dos prejuízos que vierem
a ser apurados em juízo (criminal e/ou cível), ou mesmo o pagamento
de multas e custas impostas, em caso de sua condenação”, escreveu a
procuradora da República Karen Louise Jeanette Kahn no pedido.
O empresário é alvo de duas denúncias apresentadas pelo MPF em São
Paulo, sendo a mais recente oferecida em 24.set.2014 à Justiça,
referente à prática dos crimes de falsidade ideológica, indução de
investidores a erro e formação de quadrilha. Entre 2009 e 2013, ele
e os diretores da OGX prometeram aos investidores operações
bilionárias de extração de petróleo em poços das bacias de Campos e
Santos.
Segundo o MPF, os negócios não se concretizaram porque as projeções
anunciadas estavam baseadas em informações falsas sobre o potencial
econômico das reservas. Estima-se que o prejuízo suportado pelo
mercado devido à consequente desvalorização das ações da empresa
passe de R$ 14,4 bilhões.
A outra denúncia, apresentada em 11 de setembro, que trata dos
crimes de insider trading - negociação de títulos baseada no uso de
informações privilegiadas para a obtenção de vantagens ilícitas no
mercado financeiro - foi rejeitada em 24.set.2014 pela Justiça de
São Paulo, por considerar que o processo deve ser apreciado pela
Justiça Federal no Rio de Janeiro, onde o alegado crime de
manipulação de mercado ocorreu, por sediar a companhia OSX
Consultoria Naval.
De acordo com a denúncia, em abril de 2013, dias antes da divulgação
ao mercado de dados negativos sobre a situação da OSX, Eike vendeu
suas ações da companhia, livrando-se dos prejuízos que a esperada
desvalorização dos ativos causaria. A manobra, que evitou perdas de
R$ 8,7 milhões ao patrimônio pessoal do empresário, gerou danos
estimados aos demais investidores de R$ 33,7 milhões.
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