Escócia rejeita separação
do Reino Unido em referendo
A Escócia votou para continuar como parte do Reino Unido, rejeitando a
independência em plebiscito realizado na quinta-feira, 18 de setembro .
Dos 31 dos distritos - de um total de 32 - que já tiveram os resultados
divulgados, o 'Não" venceu em 26 deles. Resultados das urnas apuradas em
31 das 32 regiões administrativas escocesas indicaram 1.914.187 votos
pelo "Não" à separação (55,42%) contra 1.822.443 pelo "Sim" (44,58%). A
diferença é três pontos percentuais maior do que o apontado pelas
pesquisas de opinião divulgadas antes da votação.
O plebiscito encerrou dois anos de campanha e dá início a um processo de devolução de mais poderes à Escócia.
O primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, que liderou a campanha pela
independência, aceitou a derrota e pediu por união e para que as
promessas de devolução de maiores poderes ao Parlamento escocês sejam
cumpridas.
"Os partidos a favor da união fizeram promessas no final da campanha
para devolver poderes à Escócia", disse ele a simpatizantes. "A Escócia
espera que (essas promessas) sejam honradas rapidamente".
Mais de 4 milhões de pessoas – ou 97% do eleitorado (4.285.323
eleitores) – se registraram para votar no plebiscito. Pela primeira vez,
eleitores de 16 e 17 anos também puderam participar da votação. O
comparecimento nas urnas ficou em 84%.
Salmond disse que o plebiscito e o alto comparecimento são um "triunfo
para o processo democrático" e prometeu que cumprirá sua promessa de
respeitar o resultado e trabalhar pelo benefício da Escócia e o Reino
Unido.
Ele também destacou que partes da comunidade alheias à política foram
engajadas pela campanha e pediu a seus partidários que refletissem o que
tinham alcançado. "Não acredito que nenhum de nós, não importa quando
entramos na política, teria pensado que tal coisa seria verossímil ou
possível", disse ele.
Alistair Darling, que liderou a campanha "Melhor Juntos" - contrária à
independência - disse que os escoceses "escolheram unidade ao invés de
divisão e mudanças positivas ao invés de uma separação desnecessária".
"É um resultado importante para a Escócia e também para o Reino Unido como um todo", disse.
Segundo ele, o resultado "reafirma tudo o que temos em comum e os laços que nos unem" e disse: "Que eles nunca sejam quebrados".
Darling reconheceu que a campanha apontou para a necessidade de
mudanças, e apontou para o alto comparecimento nas urnas, dizendo que
pessoas alheias à política participaram do plebiscito em grandes
números. "Ao comemorarmos, vamos também ouvir", disse ele.
15 horas de votação
Os eleitores tiveram de responder à pergunta: "A Escócia deve se tornar independente"?
Glasgow, a maior área administrativa da Escócia e a terceira maior
cidade na Grã-Bretanha, votou a favor da separação - 194.779 contra
169.347. Dundee, West Dunbartonshire e North Lanarkshire também votaram
pelo "Sim".
Mas a capital escocesa, Edimburgo, rejeitou independência - 194.638
votos contra 123.927. O "Não" também venceu em Aberdeen por uma margem
de 20.000 votos. A rejeição à independência também teve ampla vantagem
em muitas outras áreas.
O plebiscito começou às 7h locais (3h de Brasília) de quinta-feira e durou 15 horas, terminando às 22h locais (18h de Brasília).
A votação transcorreu tranquilamente em boa parte do dia nas 5.579 seções eleitorais espalhadas por todo o território escocês.
Segundo a Comissão Eleitoral, responsável pela votação, as seções
eleitorais permaneceram cheias durante o dia, mas não houve registro de
longas filas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário