Criança com doença de pele não contagiosa é impedida de embarcar em voo
Mãe e filho tiveram que viajar 36 horas de ônibus para Belém (PA)
A autônoma Wanderlane Nunes está acostumada a viajar de Irituia,
nordeste do Pará, para cuidar da saúde do filho Osmarino, de seis anos. A
criança sofre de epidermólise bolhosa, uma doença que não é contagiosa,
mas provoca bolhas e marcas na pele. No último dia 31, porém, ela foi
impedida de viajar de Brasília em um avião da Gol: mesmo com a passagem
comprada, a família teve de deixar o aeroporto para atravessar quase
dois mil quilômetros entre o Distrito Federal e o Pará de ônibus,
enquanto o filho sofria com um problema nos rins. Em nota, a Gol disse
que a criança visivelmente passava mal, e que pediu para a mãe do menino
que um médico atestasse a condição de saúde da criança antes do
embarque.
A autônoma conta que chegou a procurar a polícia no aeroporto, mas era
domingo e a delegacia estava fechada. Nervosa, a mãe preferiu voltar
para o Pará, já que o plano de saúde do menino não cobre tratamento em
outros estados. Mas a viagem não foi fácil: a família só conseguiu
chegar em Irituia após fazer uma parada no Tocantins, onde a criança foi
atendida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade de
Araguaina. De Irituia para Belém foram outros 177 km, até a criança
finalmente ser internada.
Veja, na íntegra, a nota da Gol:
A GOL esclarece que no último domingo, dia 31 de agosto, durante o procedimento de check-in do voo G3 1976 (Brasília/DF – Belém/PA), foi solicitado à responsável pela criança que um profissional médico atestasse que ela estaria apta a viajar. A criança visivelmente passava mal e apresentava condição física incomum. Este procedimento é padrão em casos em que o cliente demonstra estar indisposto, doente ou que necessita de atendimento especial e tem o objetivo de garantir sua segurança e que seu estado de saúde não se agrave durante o voo.
A GOL ofereceu assistência para que a cliente e seu filho fossem até um hospital para realizar avaliação médica e obter autorização para assegurar que a viagem não apresentaria nenhum risco à saúde da criança. A companhia disponibilizou transporte, hotel e remarcação do voo sem taxas. A cliente optou por seguir com seu filho para seu destino por transporte rodoviário.
A GOL ressalta que medidas como esta visam preservar a saúde e a segurança de seus clientes.
Caso semelhante
A situação de Osmarino é parecida com a enfrentada pela coreógrafa
Deborah Colker que, em agosto de 2013, também foi impedida pela Gol de
embarcar em um voo da Bahia para o Rio de Janeiro com o neto de 3 anos,
que sofre da mesma doença do garoto paraense. Na época a empresa também
alegou que exige atestado médico visando a saúde de todos os
passageiros.
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