Um desastre chamado Dilma!
Ricardo Noblat |
William Bonner empurrou a presidente Dilma Rousseff para o canto do
ringue. E ficou batendo nela até cansar. Até resolver lhe dar algum
refresco, quando ofereceu um minuto e meio além dos 15 previstos para
que ela fizesse suas considerações finais.
Como Dilma, atarantada, não conseguiu respeitar o tempo que lhe coube,
Bonner e Patrícia Poeta decretaram o fim da terceira entrevista do
Jornal Nacional com candidatos a presidente. As duas primeiras foram com
Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
De longe, a entrevista com Dilma foi um desastre. Para ela. Não chamou
Bonner e Patrícia de “meus queridos”, como costuma fazer quando se
irrita com jornalistas que a acossam com perguntas incômodas. Mas chegou
perto.
Passou arrogância. Exibiu uma de suas características marcantes – a de
não juntar coisa com coisa, deixando raciocínios pelo meio. Foi
interrompida mais de uma vez porque não conseguia parar de falar, e
fugia de respostas diretas a perguntas.
Perguntaram-lhe sobre corrupção. Dilma respondeu o de sempre: nenhum
governo combateu mais a corrupção do que o dela. Bonner perguntou o que
ela achava de o PT tratar como heróis os condenados pelo mensalão. Foi o
pior momento de Dilma (terá sido mesmo o pior?).
Dilma escondeu-se na resposta de que como presidente da República não
poderia comentar decisões da Justiça. Ora, a resposta nada teve a ver
com a pergunta. E Bonner insistiu com a pergunta. E Dilma, nervosa,
valeu-se outra vez da mesma resposta. Pegou mal. Muito mal.
Quando foi provocada a examinar o estado geral da economia, perdeu-se
falando de “índices antecedentes”. Provocada a dizer algo sobre o estado
geral da saúde, limitou-se a defender o programa “Mais Médicos”.
Seguramente, nem em público, muito menos em particular, Dilma se viu
confrontada de modo tão direto, seco e sem cerimônia como foi por Bonner
e Patrícia. Jamais. Quem ousaria? Surpreendida, por pouco não se
descontrolou.
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