Portugal considera usar fundos estatais para socorrer o banco Espírito Santo
Autoridades portuguesas estão considerando o uso de dinheiro público
para fortalecer o capital do Banco Espírito Santo (BES), afirmaram
fontes próximas ao processo. Uma fonte disse que o BES provavelmente
precisará de 3 bilhões de euros (4 bilhões de dólares), após o prejuízo
de 3,6 bilhões de euros no primeiro semestre esvaziar os colchões de
capital e reduzir o índice de solvência da instituição para abaixo do
exigido pelo Banco de Portugal. Segundo as fontes, o uso de capital
privado e fundos públicos para recapitalizar o BES tende a ser
inevitável, após as perdas acima do esperado que a instituição registrou
no primeiro semestre. Segundo elas, a solução ainda está sendo
preparada. Outra fonte afirmou que o governo português esteve em contato
com o Banco Central Europeu na semana passada para tranquilizá-lo,
explicando que ainda tem acesso a 6,4 bilhões de euros para
recapitalizar bancos se for preciso. O Banco Central Europeu assumirá a
supervisão de grandes credores na zona do euro a partir de 4 de
novembro. O Banco de Portugal informou que prefere uma solução de
mercado, mas conta com uma linha de recapitalização dos bancos
disponíveis para garantir a solvência do BES. O executivo-chefe do BES,
Vitor Bento, afirmou que o banco ainda deve levantar capital, com alguns
investidores demonstrando interesse em tomar participações
significativas na instituição. Um porta-voz do BES, no entanto, não quis
comentar a declaração. Autoridades do governo e do banco central também
não quiseram se pronunciar. Investidores começaram a vender ações do
BES, após a divulgação de fortes perdas e potencial atividade ilegal.
Isso provocou uma desvalorização de 42% dos papéis do banco. A queda
acentuada no valor de mercado do BES tornou ainda menos provável que o
banco levante capital sem ajuda estatal.
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