sábado, 2 de agosto de 2014


Portugal considera usar fundos estatais para socorrer o banco Espírito Santo


Autoridades portuguesas estão considerando o uso de dinheiro público para fortalecer o capital do Banco Espírito Santo (BES), afirmaram fontes próximas ao processo. Uma fonte disse que o BES provavelmente precisará de 3 bilhões de euros (4 bilhões de dólares), após o prejuízo de 3,6 bilhões de euros no primeiro semestre esvaziar os colchões de capital e reduzir o índice de solvência da instituição para abaixo do exigido pelo Banco de Portugal. Segundo as fontes, o uso de capital privado e fundos públicos para recapitalizar o BES tende a ser inevitável, após as perdas acima do esperado que a instituição registrou no primeiro semestre. Segundo elas, a solução ainda está sendo preparada. Outra fonte afirmou que o governo português esteve em contato com o Banco Central Europeu na semana passada para tranquilizá-lo, explicando que ainda tem acesso a 6,4 bilhões de euros para recapitalizar bancos se for preciso. O Banco Central Europeu assumirá a supervisão de grandes credores na zona do euro a partir de 4 de novembro. O Banco de Portugal informou que prefere uma solução de mercado, mas conta com uma linha de recapitalização dos bancos disponíveis para garantir a solvência do BES. O executivo-chefe do BES, Vitor Bento, afirmou que o banco ainda deve levantar capital, com alguns investidores demonstrando interesse em tomar participações significativas na instituição. Um porta-voz do BES, no entanto, não quis comentar a declaração. Autoridades do governo e do banco central também não quiseram se pronunciar. Investidores começaram a vender ações do BES, após a divulgação de fortes perdas e potencial atividade ilegal. Isso provocou uma desvalorização de 42% dos papéis do banco. A queda acentuada no valor de mercado do BES tornou ainda menos provável que o banco levante capital sem ajuda estatal.

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