Morte de Campos faz corrida eleitoral recomeçar do zero
Viatura do Corpo de Bombeiros com lema político da campanha de Campos, estampado também na camiseta de três de seus filhos: punhos cerrados |
A classe política brasileira viveu dias de luto com a morte do ex-governador Eduardo Campos,
candidato à Presidência da República pelo PSB. Mas, passado esse
período, a lacuna deixada por Campos no cenário eleitoral poderá ser
preenchida por um nome indicado pelo PSB ou por uma das siglas coligadas
– PPS, PHS , PRP, PPL e PSL. Um dos caminhos prováveis é que a
candidata à vice, Marina Silva, assuma a cabeça da chapa. Com capital
político de 20 milhões de votos nas eleições presidenciais de 2010,
Marina filiou-se ao PSB no limite do prazo para não ficar fora das
eleições deste ano depois que sua Rede Sustentabilidade não conseguiu o
registro na Justiça Eleitoral. Desde então, tentava emplacar o discurso
de que juntos formavam uma chapa com dois candidatos, cujo propósito era
tentar romper a polarização entre PT e PSDB. É fato que sua eventual
entrada na corrida eleitoral como candidata mudará o atual cenário
registrado em pesquisas. Segundo as regras eleitorais, a indicação de um
novo candidato deve ser feita em até quatro dias.
Politicamente, muitas questões ainda terão de ser equacionadas: a
principal delas envolve as disputas frequentes entre militantes do PSB e
da Rede, que nunca se entenderam na montagem das chapas estaduais nem
na divisão de forças da campanha presidencial. Mais: se Marina assumir a
candidatura, terá de ter o respaldo de dirigentes do PSB.
Marina, à beira do caixão de Campos |
Uma coisa, porém, é certa: com ou sem Marina no páreo, o roteiro que
parecia traçado nas eleições de 2014 foi rasgado – Dilma e Aécio também
terão de refazer seus planos. A própria figura de Marina na campanha
também provocaria mudanças na relação entre os candidatos e nas
estratégias da propaganda na TV: Campos mantinha uma relação mais
amistosa com Aécio e com setores do próprio PT do que Marina.
A disputa presidencial, cujo cenário pouco havia se alterado nas últimas pesquisas, começará do zero.
Horário Político
O programa eleitoral gravado por Eduardo Campos e Marina Silva para,
originalmente, ir ao ar a partir de amanhã, já foi visto por mais de
600.000 pessoas, desde que vazou na internet, há quatro dias.
A trajetória política de Eduardo Campos
De família tradicional na política em Pernambuco, o ex-governador Eduardo Campos, 49 anos, nasceu no Recife em 10 de agosto de 1965. Ele era casado e pai de cinco filhos. Filho do poeta Maximiano Campos e da ex-deputada federal e ministra do Tribunal de Contas da União Ana Arraes, Campos se formou em economia na Universidade Federal de Pernambuco, onde atuou como presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade.
O contato com a política começou cedo, em 1986, quando trabalhou ativamente na campanha que elegeu seu avô, Miguel Arraes, ao governo de Pernambuco. Na época, Campos tinha apenas 21 anos. Quatro anos depois, em 1990, ele se filiou ao PSB.
Em 1994, com apenas 29 anos, foi eleito deputado federal, cargo para o qual foi reeleito em 1998 e em 2002. No início do terceiro mandato como deputado, Campos se aproximou do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ajudando a mobilizar a base governista para aprovar a Reforma da Previdência.
Em janeiro de 2004, foi nomeado por Lula ministro de Ciência e Tecnologia, onde trabalhou pela aprovação da lei que autoriza pesquisas com células-tronco embrionárias. Em 2006, Eduardo Campos foi eleito governador de Pernambuco em primeiro turno, com mais de 60% dos votos válidos e foi reeleito, em 2010, com 83% dos votos válidos.
De família tradicional na política em Pernambuco, o ex-governador Eduardo Campos, 49 anos, nasceu no Recife em 10 de agosto de 1965. Ele era casado e pai de cinco filhos. Filho do poeta Maximiano Campos e da ex-deputada federal e ministra do Tribunal de Contas da União Ana Arraes, Campos se formou em economia na Universidade Federal de Pernambuco, onde atuou como presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade.
O contato com a política começou cedo, em 1986, quando trabalhou ativamente na campanha que elegeu seu avô, Miguel Arraes, ao governo de Pernambuco. Na época, Campos tinha apenas 21 anos. Quatro anos depois, em 1990, ele se filiou ao PSB.
Em 1994, com apenas 29 anos, foi eleito deputado federal, cargo para o qual foi reeleito em 1998 e em 2002. No início do terceiro mandato como deputado, Campos se aproximou do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ajudando a mobilizar a base governista para aprovar a Reforma da Previdência.
Em janeiro de 2004, foi nomeado por Lula ministro de Ciência e Tecnologia, onde trabalhou pela aprovação da lei que autoriza pesquisas com células-tronco embrionárias. Em 2006, Eduardo Campos foi eleito governador de Pernambuco em primeiro turno, com mais de 60% dos votos válidos e foi reeleito, em 2010, com 83% dos votos válidos.
Candidato a Vice-Presidente
Beto Albuquerque |
Líder do PSB na Câmara, o deputado gaúcho Beto Albuquerque está no
epicentro das articulações que devem conduzir Marina Silva à posição
aberta com a morte de Eduardo Campos: cabeça da chapa presidencial do
partido. Citado por correligionários como nova opção de vice, o deputado
declarou: “Não estou reivindicando, mas eu posso ser” o vice da nova
chapa.
Ritmo da Sucessão
A candidatura presidencial de Marina será formalizada em reunião da
Executiva do PSB, marcada para quarta-feira, 20 de agosto. O partido
indicará um novo candidato a vice-presidente. O favorito à vaga é o
deputado gaúcho Beto Albuquerque, atual líder do PSB na Câmara.
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