Aécio desiste de licença do Senado e mantém mandato no período eleitoral
Aécio Neves, candidato à Presidência pelo PSDB, apresenta sua proposta de governo a empresários durante encontro promovido pela CNI |
Candidato do PSDB à Presidência, o senador Aécio Neves (MG) decidiu
manter seu mandato no Senado durante o período eleitoral. O tucano
cogitava licenciar-se do cargo para se dedicar à campanha, mas optou por
permanecer na Casa para manter a estrutura que dispõe em seu gabinete –
e a possibilidade de usar o plenário para discursos.
O tucano prometeu formalizar a decisão nesta quarta-feira (6 de agosto).
Aécio disse que vai devolver os salários de julho a outubro, período em
que está oficialmente em campanha. Cada senador recebe mensalmente R$
26,7 mil.
O Senado afirma ser possível esse mecanismo, desde que o próprio
parlamentar devolva o benefício à União – por meio de guia de
recolhimento, que deve ser paga em qualquer banco. A instituição manterá
o pagamento do salário.
Ao permanecer com o mandato, Aécio não precisa abrir mão do seu gabinete
na instituição, incluindo os funcionários. Também continuará recebendo
os demais benefícios pagos aos senadores, como o cotão" de R$ 15 mil
para manter o gabinete no Estado, além do valor equivalente a passagens
de ida e volta para o seu Estado.
Os senadores também têm como benefícios gasto ilimitado de celular,
carro oficial com motorista, cotas mensais de combustível, Correios e
gráfica, além de imóvel funcional do Senado.
Pelas regras da instituição, os senadores têm a prerrogativa de tirarem
licença para motivos de saúde ou "fins particulares". Quando as licenças
são superiores a 120 dias, os suplentes são convocados.
Aliados pressionaram Aécio para manter o mandato porque consideram que
isso lhe dá liberdade de ocupar o plenário se for alvo de ataques de
governistas. Apesar de o Congresso funcionar em "recesso branco" até as
eleições, as sessões sem votações ocorrem diariamente quando há quórum –
o que abre a tribuna para discursos dos congressistas.
Além disso, tucanos também consideram que o senador Aloysio Nunes
Ferreira (PSDB-SP) poderia ser forçado a licenciar-se seguindo o mesmo
modelo de Aécio, o que enfraqueceria o poder da oposição no Senado.
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