Uma cápsula para ‘enganar’ o estômago e combater a obesidade
Determinados suplementos poderiam induzir a saciedade
Cápsulas de suplementos capazes de induzir a uma sensação de saciedade
podem ser um grande aliado no combate à obesidade, sustenta um novo
estudo. Pesquisas anteriores já haviam demonstrado que uma
diferença-chave entre pessoas magras e gordas é que aquelas com excesso
de peso ignoram os sinais enviados pelo intestino ao cérebro que indicam
que já comeram o suficiente.
Cientistas britânicos descobriram que alguns suplementos alimentares
poderiam enganar o intestino, fazendo o sistema digestivo se comportar
como se a pessoa já tivesse comido o suficiente ou como se tivesse feito
uma cirurgia bariátrica. Eles acreditam que o novo tratamento, na forma
de cápsula, poderia ser usado em substituição aos caros e invasivos
procedimentos cirúrgicos.
O novo estudo, feito pela Universidade Queen Mary, de Londres, e
publicado na “GUT”, revelou que determinados suplementos são capazes de
convencer o organismo de que uma quantidade suficiente de comida já foi
consumida. Eles estimulam o intestino a produzir os hormônios da
saciedade e fariam com que mesmo a mais faminta das pessoas parasse de
comer. Segundo os cientistas, a cápsula poderia estar disponível no
mercado dentro de cinco anos.
— Isso pode ser feito pela administração específica de suplementos
alimentares que induzem um forte estímulo na área específica do
intestino — afirmou Ashley Blackshaw, que liderou o estudo, em
entrevista ao jornal britânico “The Telegraph”.
Segundo ele, isso poderia ser feito com uma cápsula contendo suplementos
alimentares naturais, capazes de interferir na liberação de ácidos
graxos, aminoácidos e proteínas.
— É uma ideia totalmente nova mas estamos muito confiantes diante dos
resultados obtidos até agora — disse Blackshaw, na entrevista. —
Esperamos que o tratamento esteja disponível dentro dos próximos cinco
anos.
A novidade vem em boa hora já que a população mundial não para de
engordar, segundo levantamento global divulgado em maio deste ano. O
estudo, da Universidade de Washington, concluiu que, de 1980 a 2013, o
contingente de pessoas acima do peso pulou de 857 milhões para 2,1
bilhões — o equivalente a quase um terço da população do planeta.
E o Brasil está entre as dez nações mais gordas, com índices acima da
média mundial. No país, 52% dos homens adultos estão acima do peso ou
são obesos; entre as mulheres, o percentual chega a 58%.
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